É conhecida como a empresa portuguesa mais internacionalizada. No total, são 30 escritórios em 30 países, que geram negócio para 80 mercados de todo o mundo. Apesar do ADN 100% português, o Grupo Timwe nasceu global, em 2002, e global se mantém até hoje, com 99% da faturação de 500 milhões de euros gerados fora do país. Em Portugal, que acolhe metade dos 600 trabalhadores da empresa, o volume de negócio é quase inexistente (1%). "Quando apresento a Timwe, desafio as pessoas a encontrar uma empresa mais internacionalizada em termos de número de escritórios em países diferentes. Até agora ninguém conseguiu encontrar outra que esteja tão espalhada fisicamente pelos vários cantos do mundo", garante Mariana Jordão, diretora de estratégia corporativa da tecnológica que desenvolve soluções e serviços móveis para operadores de telecomunicações, governos e outros negócios com foco no mobile..Na prática, a empresa é responsável por muitos dos produtos e serviços que as operadoras móveis oferecem aos seus clientes, desde ringtones a serviços de pagamentos via telemóvel, aplicações, plataformas de jogos. No Brasil, por exemplo, a Timwe desenvolveu uma campanha para incentivar o uso de sms no país, enquanto no México foi responsável por uma campanha de vacinação através de mensagens via telemóvel. Mas há mais exemplos: o desenvolvimento de uma app para o governo do Cazaquistão, que dá dicas de felicidade aos cidadãos, ou uma loja do cidadão online para o governo do Dubai, na qual se preenchem os formulários para os casamentos. Tudo isto made in Portugal, e com talento 100% nacional do Foco de Inovação na Covilhã..Sobre o segredo do sucesso da Timwe, Mariana Jordão sublinha uma série de "decisões estratégicas importantes" que ditaram o percurso da empresa até hoje: nascer global, apostar forte em mercados emergentes e serem os primeiros a implementar-se, escolher talento local para dirigir os escritórios locais. "A Timwe nasceu para se dedicar a produtos e serviços para telemóveis, por isso tinha de ser para o mundo. Começámos pela América Latina e continuámos com outros mercados emergentes, porque era o que fazia mais sentido. Foi uma aposta vencedora", conta Mariana Jordão..Outra característica que distingue a Timwe é ter em Lisboa o seu "quartel general". "Somos headquarters para o mundo. São muito poucas as empresas multinacionais com sede em Portugal a gerir o mundo inteiro. Este ADN de internacionalização e conquista do mundo tem que ver com o espírito dos fundadores: Ricardo Carvalho e o CEO Diogo Salvi.".O facto de ser a empresa portuguesa mais internacionalizada traz, ao mesmo tempo, desafios e grandes oportunidades, refere ainda a diretora de estratégia corporativa. A começar pelos custos de instalação de uma estrutura local em cada sítio, até à comunicação constante, quase 24 horas por dia, com as mais variadas e distantes geografias, que vão desde o Cazaquistão e o Azerbaijão à Índia, Singapura, Gana, Arábia Saudita. "A Timwe está está em sítios muito especiais e diferentes. De manhã estamos a falar com a Indonésia e a Malásia, e à tarde com o México e com a Argentina", diz Mariana Jordão. Do lado das oportunidades, além da expansão mundial, a Timwe tem vindo a crescer a uma média anual de dois dígitos com base também numa diversificação das áreas de negócio. Em 2016 a empresa dividiu-se em três novas unidades com o nascimento da Digiwe (uma espécie de Timwe 2.0, com serviços de mobile marketing orientados para o consumidor final), a Techwe (serviços para as áreas técnicas dos operadores, outsourcing e consultoria de IT) e a Govwe (a mesma oferta, mas orientado para governos e entidades públicas).."Continuamos a abrir em novos países todos os anos, mas o mundo não é infinito, por isso temos apostado em áreas de negócio com margens melhores", diz Mariana Jordão, ao mesmo tempo que revela que as próximas aventuras da Timwe serão pelas bandas da Ásia-Pacífico.