A portuguesa Filipa Martins considerou esta segunda-feira que este foi o melhor ano da sua carreira, culminado com um histórico sétimo lugar no concurso completo dos Mundiais de ginástica artística e um oitavo nas paralelas assimétricas..A ginasta conseguiu a melhor classificação de sempre da ginástica artística lusa, na prova disputada em Kitakyushu, no Japão, conquistando 52.199 pontos na combinação de saltos, trave, solo e paralelas assimétricas, esta última em que também foi a primeira portuguesa que participou numa final por aparelhos, tendo somado 14.066 pontos.."Estou muito contente. Consegui a minha primeira final de paralelas também no Europeu, pus um elemento com o meu nome, depois os Jogos Olímpicos, que é o auge de qualquer carreira e, agora, conseguir estes resultados no Campeonato do Mundo... Foi o meu melhor ano da carreira", sublinhou aos jornalistas, no aeroporto de Lisboa..Nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, Filipa Martins não chegou às finais, tendo sido 17.ª classificada nas paralelas assimétricas e 43.ª no concurso completo, depois de terminar na 11.º posição nos Europeus, que foram disputados em Basileia, na Suíça, em abril.."Se calhar, com a minha idade, já se pensava que a carreira podia acabar e acho que estou melhor do que já estive antes. Não quero desistir de lutar pelo que quero e pelo que sonho. A idade é só um número e não importa para nada", realçou a ginasta do Acro Clube da Maia, de 25 anos, a mais velha finalista na sétima participação na prova..Com duas presenças em Jogos Olímpicos (2016 e 2020), Filipa Martins sublinhou o ano "cheio de conquistas e de emoções" que ainda está a digerir, sem pensar muito em Paris2024: "Ainda faltam dois anos de trabalho e de qualificação para eles. Nunca penso muito na meta, mas em todo o processo até lá. Por isso, um dia de cada vez"..A criação do movimento "Martins", que teve um papel importante na conquista destes resultados, surgiu em nove meses de treino, após uma quarentena e sem competições.."Ficámos a experimentar coisas novas e percebemos que esse elemento não existia. Foi algo que nos deu motivação para continuar a treinar", explicou a atleta portuense..A treinadora de Filipa Martins, Joana Carvalho, também entende que este "foi um ano inesquecível" e de "muito trabalho", de forma a alcançar este "resultado histórico".."Agora, é preciso descansar fisicamente e mentalmente, que ela não o fez depois dos Jogos. Pensar em Paris e, depois, quem sabe... É uma ginasta que sabe o que quer e ainda tem em mente os próximos Jogos Olímpicos, em Paris", afirmou a treinadora..Portugal esteve representado nos Mundiais de 2021 por seis ginastas (três no setor masculino e três no feminino), dos quais quatro estreantes, tendo Filipa Martins sido a única a garantir presença em finais.