Aplicação móvel promete recriar ambiente dos estádios de futebol

O software visa "minimizar os efeitos da ausência física de espetadores". Campeonato deve regressar a 4 de junho à porta fechada. Faltam jogar dez jornadas.
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Futebol sem público era uma realidade impensável há uns meses, mas agora é a única opção para o futebol voltar aos relvados a 4 de junho. Para que não falte ao jogadores o ruído vindo das bancadas, a empresa Yd Entertainment criou uma aplicação móvel que reproduz os ambientes dos estádios da I Liga portuguesa de futebol e que pode ser usada nos jogos à porta fechada.

Denominado Global Stadium, o produto está ao dispor dos clubes portugueses que o "pretendam disponibilizar aos seus adeptos", segundo o diretor do projeto, José Pedro Rodrigues., nas 10 jornadas que restam do campeonato, com reinício agendado para 04 de junho, sem público nas bancadas, estando prevista uma tendência de maior utilização entre os adeptos mais jovens.

A ferramenta pretende garantir aos jogadores "a sensação de proximidade física", "motivadora para a sua criatividade", e aos adeptos a devolução do "sentimento de pertença", mesmo quando impedidos de irem aos estádios.

O software visa "minimizar os efeitos da ausência física de espetadores", procurando criar nos estádios "uma atmosfera o mais próxima possível da normalidade". A empresa também conta medir "em tempo real" a quantidade de "utilizadores que interagem com os espetáculos ao vivo", informa ainda o documento da Yd Entertainment.

Segundo um documento da Yd Entertainment cedido à Lusa, a aplicação móvel permite a "qualquer espetador que esteja a assistir a uma transmissão ao vivo" de um jogo de futebol escolher uma das equipas em campo como a sua preferida e "transmitir as suas emoções para o recinto de jogo, carregando numa simples tecla".

Graças ao conhecimento de inteligência artificial instalado no produto, os sons escolhidos podem ser "reproduzidos em tempo real" nos estádios sem público, de forma a "transmitirem aos jogadores alguma da emoção dos espetáculos ao vivo com assistência", lê-se na mesma nota.

"É provável que a aplicação seja mais utilizada por uma faixa etária mais nova, mais familiarizada com este tipo de interações. Uma faixa mais antiga provavelmente não a vai utilizar, mas a ferramenta procura devolver a emoção aos estádios nos jogos à porta fechada", disse à Lusa o coordenador para a área do futebol na empresa dedicada às tecnologias, com sede na Caparica, no concelho de Almada.

A aplicação já estava a ser desenvolvida para vários clubes europeus antes do surto do novo coronavírus, principalmente os da Liga inglesa, mas é agora vista com "redobrado interesse" devido à interdição dos estádios, frisou o consultor, tendo avisado que esta conjuntura se pode prolongar no tempo devido a uma eventual segunda vaga da pandemia.

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