Apelo unânime ao voto nas eleições regionais
Os lideres regionais partidários apelaram hoje ao votos nas eleições legislativas dos Açores, mas teme-se que a abstenção seja mais elevada que no sufrágio de 2008.
O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, apelou à população açoriana para que exerça o seu direito de voto, considerando que é preciso estudar as causas da elevada abstenção no arquipélago. "Apelo às pessoas que exerçam o seu direito cívico, que é o voto e que é muito importante exercer em democracia", frisou, em declarações aos jornalistas, depois de votar para as eleições legislativas regionais, na Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, em Angra do Heroísmo, onde chegou acompanhado pela mulher e por uma das filhas.
O líder centrista disse esperar que não haja uma abstenção elevada "para bem da democracia", considerando que é necessário estudar a baixa participação cívica dos açorianos.
"Normalmente nos Açores há um desinteresse pelo ato eleitoral e um desinteresse por votar e era preciso perceber essa causa. Nunca se quis perceber isso, o que é mau. Independentemente do que acontecer hoje, eu julgo que todos se deviam debruçar e entender para perceber quais as causas da abstenção nos Açores", salientou.
Cerca de 7,47 por cento dos eleitores inscritos para as eleições legislativas regionais dos Açores tinha votado até às 11:00 locais (mais uma hora em Lisboa), segundo dados da Direção Regional de Organização e Administração Pública (DROAP). Nas eleições regionais de 2008, a abstenção registou a maior taxa de sempre neste tipo de sufrágio, com 53,34% dos 192.943 eleitores a não votarem.
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"Aquilo que é importante é que os 228 mil eleitores da Região Autónoma dos Açores possam exercer o direito de voto, a democracia e a liberdade precisam de ser cultivadas todos os dias, designadamente no dia das eleições até porque hoje define-se aquilo que será o futuro de médio prazo da região e é importante que os cidadãos participem", declarou Aníbal Pires, coordenador da CDU/Açores e candidato a deputado no parlamento regional, após ter votado na Escola da Mãe de Deus, na freguesia de São Pedro, Ponta Delgada (ilha de São Miguel).
"Aquilo que eu mais desejo é que os eleitores venham às urnas e participem neste ato eleitoral", sublinhou.
A coordenadora do BE/Açores e candidata a deputada no parlamento regional, Zuraida Soares, fez um apelo no mesmo sentido, considerando que "há muita coisa em jogo" para o desenvolvimento da região.
"Há muita coisa em jogo nestas eleições do ponto de vista dos Açores e do seu desenvolvimento e os eleitores têm toda a liberdade, face ao painel que a democracia lhes oferece, para poderem optar", afirmou Zuraida Soares, após ter votado pelas 12:00 locais (mais uma em Lisboa), na freguesia de São Vicente Ferreira, concelho de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
Para Zuraida Soares, que é cabeça de lista do BE pelo círculo eleitoral de São Miguel, o maior do arquipélago ao eleger 20 deputados, não votar é "virar as costas a um direito, a uma liberdade, e entregar nas mãos de poucos" o destino do arquipélago.
Destacando que em democracia a abstenção "só pode ser uma preocupação", a dirigente bloquista referiu que "a capacidade, a liberdade de escolher, optar e arriscar foi a democracia que trouxe", pelo que os eleitores devem aproveitar e exercer essa liberdade.
Zuraida Soares, deputada única do Bloco de Esquerda, afirmou ainda estar "tranquilíssima" quanto ao resultado do sufrágio "seja ele qual for".
Já antes, Vasco Cordeiro (PS) e Duarte Freitas (PSD) haviam feitos apelos no mesmo sentido.
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Só Partido Popular Monárquico manifestou mais otimismo. O líder regional do partido, Paulo Estêvão, disse esperar uma "grande afluência às urnas", considerando que se assim suceder a democracia fica favorecida e o pluralismo político preservado.
"Da nossa parte, o que esperamos é que exista uma grande afluência as urnas, no sentido de fortalecer o nosso sistema democrático, através do aumento da participação, e também a preservação do pluralismo do nosso sistema político", afirmou à agência Lusa Paulo Estêvão, em conversa telefónica a partir da ilha do Corvo.