"Quer por interdição da Polícia Marítima para acesso às praias, por questões de segurança, quer porque, não obstante tendo havido limpeza, as más condições marítimas trouxeram de volta detritos imediatamente após as ações de limpeza, as praias não têm estado nas condições que a APDL gostaria, decorrentes do contrato em vigor, que obriga à sua limpeza diária", explicou à Lusa fonte oficial da APDL, depois de a Câmara do Porto ter alertado a administração para cumprir as suas "obrigações" e limpar as praias do concelho..Segundo a APDL, "as más condições marítimas que se fizeram sentir durante o mês de março e início de abril afetaram, de forma significativa, o modo como o serviço deveria decorrer", esperando-se que, "com a melhoria das condições marítimas, volte tudo ao normal, como é desejável e obrigação da APDL no cumprimento das suas competências".."As praias do Porto estão efetivamente sob jurisdição da APDL ,a quem cabe proceder à sua limpeza. A APDL tem vindo a manter uma interlocução permanente com o prestador de serviços contratado para o efeito, sendo que as más condições marítimas que se fizeram sentir durante o mês de março e início de abril afetaram, de forma significativa, o modo como o serviço deveria decorrer", esclareceu a APDL..Segundo uma informação divulgada no portal de notícias do município, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira (independente), escreveu na terça-feira à presidente da ADPL, Guilhermina Rego, sua ex-vereadora, pedindo que, "o mais urgentemente possível, diligencie a limpeza e consequente manutenção das praias do Porto"..Na carta, Moreira alertou que o facto de a limpeza estar sob a "competência da APDL", "inibe" a autarquia de atuar.."Moreira apela ainda ao zelo que a APDL seguramente nutre por todas as zonas que considera estarem no domínio hídrico, como, sem margem para dúvidas, é o caso", acrescentou o portal de notícias, dois dias depois de a Lusa divulgar uma carta daquela administração para o autarca a insistir ter de se "pronunciar" sobre a obra em curso na escarpa da Arrábida, numa área sob a sua "jurisdição".."Na missiva enviada a Guilhermina Rego, presidente do Conselho de Administração da APDL, revela-se que a Câmara do Porto tem recebido inúmeras reclamações e alertas acerca do estado das praias marítimas da cidade, sobretudo devido à existência de lixo e detritos, que inibem munícipes e turistas de desfrutarem daquelas zonas", indicou ainda a autarquia..Na carta divulgada pela Lusa, em que a APDL alerta para a necessidade de se pronunciar sobre uma obra na Arrábida, Guilhermina Rego diz que a delimitação "a considerar" relativamente ao Domínio Público Hídrico (DPH) é "a legal e não a constante do PDM do Porto".."Até à redefinição, por decreto-lei, da sua área de jurisdição", a APDL "deve pronunciar-se sobre todas as operações urbanísticas que ocorram nos 50 metros da margem incluídos na sua área de jurisdição", como é o caso da obra a decorrer junto à Ponte da Arrábida, Monumento Nacional desde 2013 que continua sem Zona Especial de Proteção (ZEP), acrescenta..A administração portuária alertou ainda não ter recebido o "pedido de pronúncia" sobre a construção a jusante da ponte da Arrábida..A carta foi dirigida a Rui Moreira a 19 de abril, dia em que a APDL revelou à Lusa que a obra "carece de pronúncia" sua e a autarquia disse ser "falso" que "a APDL teria de ser consultada".