Apagão do fisco permitiu à Venezuela retirar fortuna no BES
As receitas da venda de petróleo e combustíveis da petrolífera venezuelana PDVSA representam uma parcela "significativa" dos 7,8 mil milhões de transferências ocultas que partiram do BES, entre 2012 e 2014, e que não foram registadas pelo Fisco, revela hoje O Jornal Económico. A outra "parcela de peso" é justificada por pagamentos de financiamentos indiretos do BES às empresas do Grupo Espírito Santo (GES), via Panamá, que foram liquidados e sucessivamente renovados junto do ES Bank Panamá, escreve a publicação.
Segundo este semanário - que na semana passada revelou que mais de metade dos 10 mil milhões transferidos para paraísos fiscais e que não apareciam nas estatísticas entre 2011 e 2014 partiram do BES -, dois tipos de operações estão na origem das comunicações declaradas pelo banco à Autoridade Tributária: transferências de receitas das exportações da Petróleos de Venezuela (PDVSA) e financiamentos indiretos do BES às empresas do Grupo Espírito Santo (GES).
No que respeita ao primeiro tipo de operações, a PDVSA enviou montantes significativos para o Panamá, país para o qual foi mais de um quarto do total de dez mil milhões que voaram para o estrangeiro sem controlo fiscal.
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Quanto aos financiamentos indiretos do BES às empresas do Grupo Espírito Santo, segundo a mesma fonte, estão em causa pagamentos de empréstimos por entidades não residentes e que eram sucessivamente renovados a partir do ES Bank Panamá.