Anulada acusação de blasfémia ao pianista Fazil Say

Um tribunal de Istambul anulou hoje a condenação do pianista turco Fazil Say a dez meses de prisão com pena suspensa por blasfémia, permitindo o início de um novo processo, referiu a agência Anatolia.
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A sentença anunciada em 15 de abril, que acusava Fazil de insultos ao islão por ter publicado frases consideradas provocatórias contra os muçulmanos na sua conta do Twitter, suscitou numerosas críticas que denunciaram um atentado à liberdade de expressão.

Após um recurso do advogado de Fazil, o juiz considerou que o processo na origem do primeiro julgamento continha "vícios de procedimento" e reenviou o caso para outra instância judicial de Istambul.

"Mais que para mim próprio, esta condenação, e quando não cometi qualquer crime, é inquietante para a liberdade de convicções e de expressão na Turquia", lamentou Fazil após a sua condenação.

Bulent Arinç, vice-primeiro-ministro do governo islamita moderado, no poder na Turquia desde 2002, aprovou o julgamento ao considerar que "o insulto às crenças dos outros requer uma sanção penal".

Processado por três particulares, que se consideraram insultados pelo artista, Fazil, 43 anos, foi acusado de ter publicado, entre diversos comentários, esta frase no Twitter: "Não sei se já repararam, mas se existe um arrogante, um medíocre, um ladrão, um palhaço, é sempre um islamita".

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