"António Vitorino vai precisar de muita sabedoria política e astúcia"

Diretor da OIM para a Europa, Eugenio Ambrosi, considera que o novo diretor-geral da organização, António Vitorino, terá como desafio abordagens políticas nacionalistas que defendem o "National First" e só depois os migrantes e refugiados
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Em entrevista ao DN, em Bruxelas, o responsável da OIM lembra que, até final do ano, é suposto ser aprovado, em Nova Iorque, o pacto global das migrações. E diz que na OIM todos estão ansiosos por que Vitorino, o novo líder da organização, entre em funções, em outubro.

Já conversou com António Vitorino, o novo diretor-geral da Organiação Internacional das Migrações (OIM), sobre o trabalho que vão ter pela frente?
Já lhe enviamos uma mensagem de felicitação. Penso que estamos todos ansiosos para que ele entre em funções, no início de outubro. É obviamente um momento importante para a OIM, porque mudamos de liderança, ao mesmo tempo que o pacto global para as migrações é suposto ser aprovado em Nova Iorque e depois ratificado na conferência de Marraquexe, no final do ano. Então é uma transição muito importante, nas questões das migrações em geral e na organização que é suposto ter um papel de liderança.

Quais serão os grandes desafios que o esperam?
Penso que há inúmeros, claro. Um [deles] é o que estamos a ver não apenas na Europa como reaparecimento de abordagens políticas nacionalistas muito fortes, que aparecem quando se trata de migrações. Um conjunto de visões política que são muito mais restritivas, do que o que tivemos no passado. E, também uma política que está mais concentrada em "Nacional First" e só depois os refugiados. Penso que estes serão os grandes desafios. Relacionado com isto, está o facto de vermos em muitos lugares do mundo desenvolvido ou industrializado - e também na Europa -, que é alguma restrição do espaço disponível para os direitos fundamentais. Continuamos a ter um mundo com muita instabilidade e conflitos, desde a Líbia, à República Centro Africana ou na Síria. Também a situação na Venezuela. Isto leva a grandes movimentos de pessoas, interna ou externamente. Penso que o novo director-geral António Vitorino assume funções numa situação que é complexa, que vai requerer muita sabedoria política e astúcia.

Em Bruxelas

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