António Costa avisou a esquerda do que se ia passar

Socialistas, bloquistas e comunistas acordaram numa comissão de inquérito ao caso Banif. CDS com dúvidas sobre solução
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O Bloco de Esquerda foi sendo informado do que poderia vir aí sobre o Banif, reconheceu ao DN o líder parlamentar bloquista.

"Ao longo das últimas semanas tivemos várias reuniões com o PS e nessas reuniões foram colocados na mesa diversos cenários. Este era um deles, não num modelo tão fechado como este (até porque ainda não havia propostas concretas de compra, que só foram conhecidas no final da semana passada), mas era um deles", relatou Pedro Filipe Soares.

Das conversas com o PCP não há pormenores. O que os comunistas disseram é que concordam com a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito.

A resolução propondo a comissão de inquérito será avançada, em conjunto, por PS, BE e PCP. De acordo com as regras parlamentares de distribuição das presidências das comissões, esta deverá ficar para o PCP. O CDS e PSD também já fizeram saber que apoiarão. Mas o CDS fez saber, entretanto, que tem dúvidas sobre se a solução encontrada pelo governo "é a única possível".

Quanto ao futuro, os comunistas reafirmaram as posições do costume: sempre que o Estado intervém para salvar um banco isso deve implicar que o Estado deve assumir o controlo da gestão do banco: "A situação demonstra que um efetivo controlo público da banca é absolutamente necessário", disse ontem Jorge Pires, da comissão política do PCP, falando em nome do partido.

Segundo o Observador, à mesma hora em que, no domingo à noite (23.40), o primeiro-ministro anunciava a decisão sobre o Banif, a administração do Banco de Portugal se reunia. Na reunião não participou o administrador António Varela, que tem o pelouro da supervisão. Varela invocou ter depósitos no Banif e ter títulos mobiliários. Em outubro passado, logo a seguir às eleições, o Público noticiava que os principais administradores do Banif - Jorge Tomé, administrador executivo, e Luís Amado, chairman - tinham conversado com a direção do PS. E aí, segundo essa notícia, falava-se da necessidade de 150 milhões a título de "reforço de capital".

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