Para um filme centrado num escritor, Borboleta Negra fica a dever muito à coerência narrativa. Esse escritor é interpretado por Antonio Banderas, que embora garanta uma postura plausível - o homem que se refugia no álcool, pela falta de imaginação - não compensa a inconsistência do que se passa à sua volta. Vivendo isolado numa montanha, à espera de vender a casa, o seu quotidiano de procrastinador altera-se no dia em que dá boleia a um homem violento que o defendeu no bar, e lhe oferece um quarto para ficar uns dias.
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Com enorme falta de subtileza, o filme vai expondo a sua estrutura de thriller em cada diálogo e comentário "inteligente" à realidade enquanto matéria de ficção. Somando uns quantos truques, embrulha-se tudo numa lógica que, em vez de ser espinha dorsal, é um remendo para as imprecisões. Valha-nos um plano com Abel Ferrara...
* (Medíocre)