Antes de Zuckerberg já outros haviam escrito aos filhos

O fundador do Facebook deu que falar com a carta em que revelou a doação de 99% das suas ações. Antes dele houve outros
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A carta de Mark Zuckerberg e Priscila Chan à filha recém-nascida tornou-se um dos assuntos/notícias mais vistos na Internet. O facto de o criador do Facebook e a a mulher anunciarem a doação até ao fim das suas vidas de 99% das suas ações, no valor de 42,3 mil milhões de euros, para obras de caridade, terá sido determinante para o sucesso, mas o longo texto tem mais do que isso.

"A tua mãe e eu ainda não temos palavras para descrever a esperança que nos dás no futuro", começava a carta, na qual Mark Zuckerberg e Priscila Chan admitem que o nascimento de Max os fez pensar no futuro. "Temos uma responsabilidade moral para todas as crianças das gerações futuras", diziam.

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A iniciativa de escrever à filha não é propriamente original. Outros milionários já o fizeram antes. Os mesmos que usaram o dinheiro para ajudar os outros.

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John D. Rockefeller, por exemplo, que fez dinheiro no setor do petróleo no século XIX, escreveu várias cartas ao filho John D. Jr., nas quais refletia precisamente sobre a melhor forma de usar esse dinheiro. Às vezes, diz o site Fast Company, incluía um cheque.

Quando o filho fez 21 anos, o cheque era de 21 dólares, um por cada ano de vida. "Estamos infinitamente gratos pelo teu potencial e pela confiança que a tua vida nos inspira, e não só a nós mas também a todos os teus amigos e conhecidos, e isso tem mais valor do que todos os bens materiais", escreveu.

Com o tempo, o valor das ofertas foi aumentando e o magnata foi revelando algumas preocupações sociais e a revelar o seu sentido filantrópico.

"Quando estou oprimido com a sensação de que um homem pode fazer tão pouco, mesmo quando está a fazer o seu melhor, apenas tenho de avaliar as maravilhosas conquistas da tua vida extraordinária de modo a ficar sensibilizado para a tarefa que tenho diante de mim".

Warren Buffett obrigou os filhos a fazer contas à vida. Peter escreveu um livro em que relatou que teve preocupações financeiras quando tinha 20 ou 30 anos e que teve inclusivamente de fazer uma segunda hipoteca sobre a casa. O pai, constantemente citado nas listas dos mais ricos do mundo, deu-lhe 90 mil dólares quando fez 19 anos e, tal como aos irmãos, mil milhões para caridade.

"Eu sabia que irias usar a cabeça e uma energia considerável para fazer o melhor com os fundos dos meus presentes. No entanto, excedeste as minhas expetativas. A tua mãe estaria tão orgulhosa quanto eu estou. Vejo a influência daquela naquilo que estás a fazer", escreveu o investidor e filantropo norte-americano.

Charles Koch, dono de uma das maiores empresas privadas dos Estados Unidos, a Koch Industries, tem emoldurada e pendurada na parede uma carta que o pai lhe escreveu em 1936, tinha ele menos de um ano.

"Se optares por deixar que este dinheiro destrua a tua iniciativa e independência, então ele vai amaldiçoar-te e a minha ação de to dar terá sido um erro", escreveu.

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