Antecipar compras de manuais para conseguir os melhores descontos
Joaquim e Ana gastam 600 euros por ano só nos manuais para os três filhos. Alberto vai agora para o 10º ano, António passou para o 7º e Joaquim para o 6º. "Tentamos aproveitar o máximo possível. Por vezes conseguimos reutilizar alguns livros e cadernos de exercícios", conta o pai. Além dos manuais, é preciso comprar material, vestuário, equipamento desportivo. "É muito puxado". Ainda não fizeram contas ao que vão ter de gastar este ano, mas adiantaram ao DN que vão encomendar os livros até 31 de julho para aproveitar as promoções das livrarias online.
Como Joaquim e Ana, cada vez mais famílias optam por encomendar os livros na internet e com antecedência. Por esta altura, é possível adquirir manuais com 10% desconto e oferta de portes em sites como fnac.pt, bertrand.pt, wook.pt, leyaonline.com e continente.pt. Para uma família que tenha um filho no sétimo ano de escolaridade, a poupança pode chegar aos 26 euros, uma vez que os manuais custam, em média, cerca de 260 euros.
As promoções nos livros têm vindo a começar cada vez mais cedo. Rui Aragão, diretor da Wook, fala numa "mudança de hábitos de encomenda" e revela que, ainda em junho, já há clientes a contactar a empresa para saber quando começa a campanha. "É perfeitamente compreensível que assim seja. Nesta altura, os descontos são maiores, as condições são melhores, e permite-se resolver a questão em poucos minutos de forma atempada". Até 31 de julho, a Wook oferece 10% de desconto nos manuais e oferta de portes e 20% em livros de apoio (10% de desconto imediato e 10% em cartão). "Grande parte dos livros estão já disponíveis, mas o que acontece na esmagadora maioria dos casos é as pessoas encomendarem agora e apontarem a entrega para depois das férias", conta.
A lei determina que o período de vigência dos manuais escolares é de seis anos para o ensino básico e secundário. No entanto, sempre que há alterações nos programas ou nas metas curriculares, os manuais mudam. Este ano, adiantou a Wook (da Porto Editora), mudam os livros "do 1.º ano (Português, Estudo do Meio e Matemática), Inglês do 4º ano, os do 5º (Português, História e Geografia de Portugal, Matemática, Ciências Naturais, Educação Musical e Educação Física) e no 11.º (Português, Matemática A, Matemática B, Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Física e Química A)." Mudam os livros de 16 disciplinas.
A FNAC também garante 10% de desconto em todos os manuais, de 1 de julho a 4 de agosto, bem como descontos até 20% em apoio escolar e papelaria até 30 de setembro e em compras superiores a 35 euros. Além disso, oferece pagamentos flexíveis e entregas gratuitas. Ao DN, fonte da empresa explicou que, como o ano letivo vai começar mais cedo, "a FNAC considerou que quem vai de férias tradicionalmente em agosto terá muito pouco tempo disponível para preparar a compra dos livros e material escolar" e, por isso, quis dar uma resposta antecipada "aos encarregados de educação e alunos, para que o início do ano letivo corra sem sobressaltos." Segundo as previsões da FNAC, os livros vão começar a ser entregues a partir de 15 de julho.
Já o Continente oferece um desconto de 10% nas compras online e de 10% em cartão nos livros comprados nas lojas físicas. Quem efetuar as reservas até 31 de julho, pode, ainda, fazer o pagamento por três vezes, sem juros, com o Cartão Universo. Nas livrarias Bertrand, o desconto também é de 10% nos manuais (com oferta de portes) e de 20% no apoio escolar. Na Leyaonline há 10% de desconto direto em livros escolares e de 20% nos livros de apoio escolar, enquanto nas lojas o desconto é de 6% mais 10% em vale para compras de edições de apoio.
De acordo com os exemplos dados pela Wook ao DN, os manuais do quarto ano custam, em média, 45 euros. No sétimo ano - o mais dispendioso - o valor sobe para os 258 euros e no décimo (curso de Ciências e Tecnologias) ronda os 182 euros. Quer isto dizer que os descontos podem chegar quase aos 26 euros, um valor que faz diferença no orçamento de muitas famílias.
Livrarias adaptam-se
Perante os descontos das grandes cadeias livreiras, as lojas mais tradicionais tentam adaptar-se. Joaquim contou ao DN que, além das compras online, por vezes tem de comprar alguns manuais numa livraria tradicional, em Coimbra, que também oferece descontos. Paulo Gregório, responsável pela papelaria Tricana, em Aveiro, diz que faz um desconto de 5% na compra de manuais escolares. "Não é desconto em cartão. É feito logo na fatura", ressalva. Reconhece que os descontos dos grandes distribuidores têm algum impacto, "mas vende-se na mesma". Em Braga, Manuel Bonjardim conta que há vários anos que faz descontos de 10% "mediante a apresentação do cartão jovem ou do munícipe", mas isso representa um esforço grande para a empresa.