Ano Novo. Terreiro do Paço fechado e em alerta para ameaças terroristas
A PSP iniciou esta segunda-feira a Operação Festas Seguras, destinada aos grandes centros urbanos. "Não é um plano antiterrorista", como disse ao DN fonte da PSP, mas as medidas de segurança que a autoridade preparou para as festividades de Ano Novo em Lisboa e no Porto contemplam medidas que previnem um possível ataque terrorista.
No Terreiro do Paço haverá barreiras de betão e espigões colocados no chão, usados para conter possíveis investidas de viaturas sobre a multidão. "Essa é uma forma de nos prevenirmos para possíveis ataques terroristas", disse fonte oficial da PSP.
No entanto, no que diz respeito às comemorações de Ano Novo, as preocupações são as mesmas que a PSP tem "em relação à prevenção de determinados atos que possam ocorrer tendo em conta a configuração do espaço e a quantidade de pessoas que possam estar ao mesmo tempo", disse a mesma fonte.
Em Lisboa, o trânsito de acesso à Praça do Comércio, em Lisboa, vai estar cortado a partir das 17:00 de terça-feira de estão previstos nove pontos de entrada com revista, anunciou a PSP esta segunda-feira.
Uma eventual ação terrorista no centro do Porto durante a passagem de ano "não é claramente a variável que oferece maior preocupação" ao comandante da PSP, o superintendente-chefe Paulo Lucas, mas sim a "gestão da multidão", já que se aguardam milhares de pessoas na Avenida dos Aliados e zonas envolventes.
"Significa isto grande preocupação com o controlo de multidões. A ameaça terrorista não é claramente a variável que oferece maior preocupação à polícia, é a questão da gestão da multidão. Numa praça com aquelas características, vamos ter milhares de pessoas", afirmou.
De acordo com a comissária Sofia Gordinho, do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, o dispositivo montado "será semelhante ao do ano anterior", sendo esperadas no recinto 'fechado' entre 200 e 250 mil pessoas.
"A Praça do Comércio vai ser tratada como recinto fechado. O perímetro será fechado recorrendo ao mobiliário urbano e gradeamento, com sistemas que vão acautelar a não entrada de viaturas no terreno", frisou Sofia Gordinho numa conferência de imprensa realizada hoje no comando metropolitano, em Moscavide, concelho de Loures, vizinho ao de Lisboa.
Escusando revelar o número de efetivos no terreno, a comissária avançou que o dispositivo é "considerado adequado em relação ao evento em si, semelhante ao do ano passado", e terá várias valências, incluindo agentes de intervenção rápida, corpo de intervenção e unidades cinotécnicas.
De acordo com a responsável, a baixa da cidade de Lisboa irá contar também com o sistema de videovigilância, que "permite visualizar as massas dando ajuda, no momento, à deslocação de meios para o bom desenvolver do policiamento". Não está previsto o uso de drones.
Sofia Gordinho acrescentou que, sendo um dos pontos altos da festa o fogo-de-artifício, é recomendado que as pessoas "se espalhem pela Ribeira das Naus para assistir" e não se concentrem num só ponto.
"Quem vier só a esta parte da festa, ao fogo-de-artifício, que saia depois da Praça do Comercio pela Ribeira das Naus ou para o lado contrário, Cais do Sodré", disse.
Já quem entre no espaço para assistir à segunda parte da festa, com concertos, deve entrar pelo Rossio.
À semelhança dos anos anteriores, não vai ser permitida a entrada no recinto de garrafas e copos de vidro, bem como chapéus-de-chuva com hastes compridas, megafones, mochilas de tamanho superior a A3, apontadores de laser, 'selfie sticks' ou buzinas de ar comprimido.
Estão instalados nove pontos de acesso com revista que ficam localizados junto à Agência Europeia Marítima, Cais do Sodré, Praça Duque da Terceira, rua do Arsenal, rua do Ouro, rua Augusta, rua da Prata e rua dos Fanqueiros.
Em relação aos cortes no trânsito, o comissário Luis Gancho reiterou que a partir das 17:00 de terça-feira há impossibilidade de passagem ao trânsito em todas as vias conducentes à Praça do Comércio, sendo o viaduto de Santa Apolónia o primeiro ponto a ser cortado totalmente.
"Trata-se de criar um perímetro de uma zona gigantesca pedonal. Como nos últimos anos, esperamos que o fluxo de pessoas a pé, através dos transportes, invada toda a zona destinada ao trânsito, sendo a principal preocupação isolar o local", explicou.
Os cortes de trânsito acontecem na Avenida 24 de Julho com a D. Carlos I, Rua de São Paulo, Praça Duque da Terceira/Cais do Sodré, Rua do Arsenal, Avenida Infante D. Henrique, Rua da Alfandega, Rua Vitor Cordon, Restauradores Sul, Rossio, Praça da Figueira e Rua da Conceição.
No Porto, embora os comerciantes sejam impedidos de vender bebidas em recipientes de vidro, será permitido que as pessoas levem espumante, champanhe ou similares, mas será pedido que coloquem as garrafas em contentores especiais.
Para recolher essas garrafas, a câmara municipal mobilizou 80 funcionários, adiantou o presidente da autarquia, Rui Moreira, também presente na conferência de imprensa.
Na terça-feira, a noite de passagem de passagem de ano no centro cívico do Porto inicia-se, às 22:30, com um concerto com o músico portuense de Tiago Nacarato e prossegue depois com Miguel Araújo.
O fogo-de-artifício, um dos atrativos da passagem de ano do Porto, será lançado exclusivamente a partir do edifício da Câmara Municipal a partir das 00:00 do primeiro dia de 2020 e terá a duração exata de 16 minutos, adiantou a vereadora da Câmara do Porto Catarina Araújo.
A melhor solução para chegar ao centro do Porto, aconselhou Rui Moreira, será através de transporte público, já que haverá fortes condicionamentos à circulação e ao estacionamento no centro urbano e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), o Metro, e a CP asseguram transportes reforçados e ao longo de toda a madrugada.
Também para desencorajar o uso do transporte privado para o centro da cidade, os parques de estacionamento da Casa da Música, Campo Alegre, Metro/Dragão e Campo 24 de Agosto oferecem lugares com tarifários especiais.