Ano forte da clássica

Concerto de uma das cinco melhores orquestras mundiais e Ano Áustria na Casa da Música em destaque
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Começamos esta seleção com a visita de uma das melhores orquestras do mundo a Lisboa. A Concertgebouw Orkest de Amesterdão é invariável residente no top 5 das orquestras mundiais. A vinda a Lisboa enquadra-se numa digressão pela UE. Tocam na Gulbenkian a 21 de fevereiro, sob a direção de Semyon Bychkov e tendo por solistas as irmãs pianistas Katia e Marielle Labèque.

Um mês depois, a 24 de março (sábado de Ramos), na Igreja de São Roque, teremos a integral dos Responsórios de Quaresma e da Semana Santa de Carlo Gesualdo (1566-1613): uma maratona musical e oportunidade única para ouvir este repertório na sua totalidade, pelos Graindelavoix, ensemble que alcançou ao longo dos anos um estatuto de enorme carisma em todo o repertório polifónico a cappella. Logo depois da Páscoa, o galês Bryn Terfel, um dos máximos baixo-barítonos das últimas décadas, vem pela primeira vez à Gulbenkian para um concerto de trechos de ópera com Orquestra e Coro Gulbenkian. Será a 4 de abril.

No Porto, 2018 é Ano Áustria na Casa da Música e, dentre a vasta oferta, haverá um ciclo integral das sinfonias de Bruckner, além de apreciável número de obras sinfónicas de Mahler. Num e noutro, destacamos Michael Sanderling, um dos grandes maestros que temos o privilégio de ver com regularidade em Portugal. Dirige a Sétima de Bruckner a 19 de janeiro; a Segunda a 12 de outubro e a Sexta de Mahler a 14 de dezembro. Outro maestro imperdível: Eliahu Inbal - dirige a Quarta de Bruckner (2 fevereiro).

Fora do sinfónico, outro momento obrigatório acontecerá a 4 de novembro, com o alemão Andreas Staier, um dos mais notáveis cravistas e pianofortistas das últimas duas décadas. A singularidade deste concerto prende-se ainda com o facto de ele ir tocar (meses após ter gravado) os dois concertos para tecla de Carlos Seixas (1704-42)! Será com a Orquestra Barroca da Casa da Música, na Sala Suggia.

Ainda a Casa da Música, mas agora "a meias" com a Gulbenkian: atenção para Georg Friedrich Haas. Um dos grandes compositores do nosso tempo, o austríaco terá duas importantes obras suas estreadas em Portugal, em datas próximas: a 20 de janeiro, no Porto, será a partitura para grande ensemble In Vain (de 2000), pelo Remix Ensemble; na capital, o Quarteto de Cordas n.º 9 (de 2016), pelo Jack Quartet, formação ame- ricana que por si só é outra razão para não perder este concerto (27 de janeiro).

E terminamos em Lisboa, no Teatro São Carlos, onde a 10 de março se estreia uma produção do Idomeneo, de Mozart, cujo principal destaque é incluir no elenco o soprano português de mais brilhante carreira internacional na atualidade: Ana Quintans. Já quase "bradava aos céus" que Ana nunca tivesse cantado qualquer papel importante no nosso único teatro lírico. A falta será enfim reparada, com a sua interpretação de Ilia, um dos papéis de que é expoente. Serão cinco récitas no total.

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