Ventura reeleito quer impor governo com as cores do Chega
André Ventura foi reeleito para a liderança do Chega com 97,3% dos votos, no mesmo dia em que foram eleitos os 400 delegados da III Convenção Nacional, que se realiza em maio.
O líder do Chega prometeu continuar a manter a linha do partido e as suas bandeiras, num claro desafio aos que têm pedido a ilegalização do partido, como a socialista Ana Gomes. "Não haverá a menor cedência em valores essenciais", garantiu.
O deputado único da força populista demitiu-se, uma segunda vez em menos de um ano, por não ter conseguido ficar à frente da ex-eurodeputada socialista Ana Gomes nem forçar o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, a uma segunda volta, nas Presidenciais de 24 de janeiro.
No discurso de vitória, Ventura frisou que os que criticam a atual direção não apresentaram nenhuma solução alternativa para o partido. "Os que esperavam mudanças não prevaleceram, os que nos ameaçaram estavam enganados, não tiveram força para se candidatar nem expressão", afirmou.
Num recado para o PSD, que o afastou das coligações para as eleições autárquicas, o líder reeleito mantém que quer "impor um governo em Portgual com as cores do Chega". Não somos, disse, "um partido de protesto nem queremos ser, não nos transformaremos no PSD do século XXI nem no Bloco de Esquerda à direita". E de uma forma ainda mais direta a Rui Rio lembrou que o "PS está perto da maioria" e o PSD a perder eleitorado. "É comigo que terão de negociar", garantiu.
A terceira reunião-magna do partido deverá realizar-se, segundo os dirigentes, após o desconfinamento, previsivelmente no mês de maio, em local ainda por designar. As eleições diretas para presidente da Direção Nacional realizaram-se em todos os distritos do continente e nas duas Regiões Autónomas (20 mesas de voto)