André Geraldes: "Tinha o Sporting virado de pernas para o ar e fazia o papel de ONU"

Antigo<em> team manager</em> do Sporting está indiciado por corrupção desportiva no processo <em>Cashball</em> e falou à <em>CMTV</em>.
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André Geraldes, ex-team manager do Sporting, comentou os ataques à Academia, do Sporting, em Alcochete, a 15 de maio, bem como o seu papel de intermediário entre o plantel e a direção, ambos desavindos

"O André no Sporting tinha a responsabilidade de gerir o futebol profissional. O André Geraldes, à data dos factos, tinha o clube virado de pernas para o ar. O André, por esses dias, tinha o treinador despedido, jogadores a querer falar com direção, uma data de coisas em que estava metido, a fazer o papel da ONU. Quem tinha responsabilidade da guerra civil? Não vou entrar por aí. O meu papel era pacificar o que era um momento menos bom que a equipa atravessava. Bruno de Carvalho foi meu presidente durante cinco anos. Se esperam que o achincalhe, não contem comigo. Penso pela minha cabeça. Bruno de Carvalho a partir de janeiro, por motivos do foro pessoal, as coisas começaram a não sair-lhe tão bem. Ao nível da comunicação, não fez o melhor percurso. Pelo estilo de comunicação que tinha, concluiu-se que o clima não foi o melhor. Se tem a ver com Alcochete? Quero acreditar que nenhum presidente do Sporting, fosse quem fosse, pudesse ter pedido às pessoas para fazerem aquilo. Essa é uma zona em que estou já fora de pé, a acusação está em cima da mesa e não posso opinar. Cada pessoa tem a sua pasta dentro de um clube e SAD (...) Ninguém podia prever que aquilo fosse acontecer", disse André Geraldes à CMTV, lembrando que tal nunca tinha acontecido em Portugal.

Geraldes está indiciado por corrupção desportiva no processo Cashball. Em causa estão suspeitas em jogos de andebol e futebol, com V. Guimarães, Feirense e Chaves. Através de comunicado, o clube vimaranense reagiu às suspeitas de corrupção, assim como a Liga e o Benfica, rival do Sporting, que garante estar atento ao desenrolar da investigação. Mais tarde, foi a vez do Feirense emitir um comunicado.

Sobre isso, o agora CEO do Farense, defendeu-se: "Se dei instruções para se pagar a árbitros e jogadores? Claro que não, nas provas que vieram a público vê-se que não existem referências a mim, não apareço nessas alegadas escutas. É um processo que está em segredo de justiça. Passaram os 6 meses sem acusação e isso pode querer dizer alguma coisa. Estou de consciência tranquila. Quem trabalha comigo conhece-me e sabe o meu valor. Sem querer vangloriar-me, aguardo com serenidade o desenvolvimento da investigação. Há de ser feita justiça, leve o tempo que demorar. Investigação ainda está em curso. Se calhar vamos descobrir outra verdade no fim do processo. O quê? É algo que o Ministério Público terá de descobrir."

Sobre os 60 mil euros encontrados em Alvalade, André Geraldes afirmou. "Está explicado em sede de investigação. Não era o meu gabinete. O meu gabinete era na Academia, em Alvalade utilizava um onde estavam outras pessoas. O dinheiro vai estar perfeitamente justificado em sede de averiguações. Já toda a gente percebeu que era dos jogos de futebol. Era um jogo e meio. Não é o diretor desportivo que tinha esse dinheiro num cofre. O dinheiro é de bilhetes do Sporting", esclareceu o ex-team manager do Sporting.

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