Anacoreta Correia: Assunção Cristas é a melhor candidata para o CDS

O líder da corrente de oposição a Paulo Portas, Anacoreta Correia, desfaz o tabu e afasta-se da corrida à liderança centrista
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Tudo indica que Assunção Cristas será candidata única à liderança do CDS-PP. O único mais provável adversário, Filipe Anacoreta Correia, do Movimento Alternativa e Responsabilidade (MAR), uma corrente de oposição interna à direção de Paulo Portas, desfez o tabu e assumiu que está fora da corrida. "Assunção Cristas é a melhor candidata para o CDS, aquela que tem o melhor perfil para o cargo de primeira-ministra", sublinhou, em declarações ao DN. A grande probabilidade de Cristas concorrer sozinha, não incomoda este conselheiro nacional centrista. "O partido tem dado sinais de grande vitalidade, estão previstas várias moções para serem apresentadas no Congresso, o que significa que há um elevado número de militantes a querer contribuir. O facto de haver só um candidato é porque Assunção Cristas é uma boa candidata. Não têm que haver candidaturas artificiais só para dizer que há mais", asseverou.

A sua decisão de não concorrer contra Cristas foi tomada depois de uma "avaliação do atual momento interno e externo a partido". Por um lado, "a saída de Paulo Portas abre uma oportunidade grande ao partido", adianta. Foi uma "liderança forte e longa, que marcou o CDS. A pessoa que o vai suceder tem que, ao mesmo tempo, dar garantiras de continuidade para não ser recebida como uma ameaça pelas estruturas, mas também ter capacidade de inovação".

Por outro lado, salientou, "do ponto de vista da conjuntura nacional, o atual governo sofre de condições políticas muito frágeis. Tudo indica que a execução orçamental e o crescimento dos juros da dívida vão por em crise a capacidade deste governo. Por isso, temos de ter uma pessoa preparada, com as melhores condições para assumir o cargo de primeiro-ministro".

Tendo em conta a avaliação destes dois fatores, "sem dúvida que é Assunção Cristas quem tem esse perfil. Estava na equipa de Paulo Portas, mas também acena com mudanças. Toda a sua experiência pessoal, profissional, como governante, colocam-na na melhor posição para fazer história e ser a primeira mulher democraticamente eleita como primeira-ministra".

Para Anacoreta Correia, pesou também na sua decisão, ter tido garantias que sob a liderança de Cristas, possam ser asseguradas algumas reivindicações do MAR, como o "reforço da institucionalidade no partido, iniciando um processo com menos protagonismos pessoais e mais mérito das equipas" e, dessa forma "unir todo o partido". A cumprir-se esta atitude, o MAR deixará de ser oposição, mas "continua como uma voz a reclamar que o partido se assuma como alternativa, com maior ímpeto reformista e capacidade responsável de mudanças consistentes".

O MAR vai apresentar uma moção no congresso que se realiza a 12 e 13 de março, com três pontos principais: "fazer uma leitura e uma autocrítica do passado; reivindicar uma mudança de procedimentos internos e assuma um compromisso para uma maioria", sintetiza este membro do Conselho Nacional. "Se podemos fazer história com a primeira mulher PM, temos de trabalhar para isso. Mais cedo que tarde o governo vai dar sinais de grande fragilidade e a questão é saber se os portugueses querem ter um PM do CDS ou do PSD", desafia.

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