Ana Jotta, uma surpreendida vencedora do prémio EDP

A artista plástica, de 68 anos, venceu o prémio EDP Arte 2013, juntando-se a Lourdes Castro, Mário Cesariny, Álvaro Lapa, Eduardo Batarda e Jorge Molder. O seu trabalho pode ser visto atualmente na Culturgest e na galeria Miguel Nabinho."Não estava nada à espera", disse ao DN.
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"Acho muito bem sob todos os pontos de vista", diz, voz risonha, ao telefone com o DN. A decisão foi-lhe sido comunicado há um par de horas. Ficou surpreendida com o reconhecimento."Achei que não era uma artista que as pessoas se lembrassem imediatamente", afirma, antes de desligar o telefone para celebrar a atribuição do prémio, que consiste na realização de uma exposição (retrospetiva ou antológica) e em 50 mil euros. "Dá muito jeito".

"É uma artista que nunca se rendeu ao sistema, foi o sistema que se rendeu a ela", disse Miguel Nabinho, galerista e amigo, ao DN.

O júri do Prémio EDP esteve reunido de manhã e a decisão foi tornada pública esta tarde. No comunicado divulgado à imprensa destacou "a sua constante inventividade que lhe dá um sentido contemporâneo marcante". "Na sua obra há um humor e uma impertinência que questionam e lhe dão uma permanente atualidade. Nesse aspeto, ela será certamente explorada pelas gerações mais novas. A diversidade do seu trabalho, longe de ser um sinal de ecletismo, é a afirmação de uma multiplicidade e de uma complexidade singulares."

Ana Jotta tem 68 anos, nasceu e vive em Lisboa. Estudou na Faculdade de Belas Artes, em Lisboa, e na École de Arts Visuels et d"Architecture de l"Abbeye de la Cambre, em Bruxelas.Tornou-se presença assídua em feira de arte partir dos anos 90. Entre 1969 e 1980 dedicou-se sobretudo ao teatro.

Os seus trabalhos podem ser vistos atualmente na Culturgest, 'A Conclusão da Precedente' (até 11 de maio) e 'Deserto Vermelho', na Galeria Miguel Nabinho (até dia 10 de maio) e estão representados em várias coleções -- Fundação EDP, Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, Fundación ARCO, Fundação Luso Americana e Fundação de Serralves.

O Prémio EDP ARTE é uma iniciativa trienal e pretende distinguir artistas portugueses com uma carreira consolidada. O vencedor ganha 50 mil euros e é homenageado com uma exposição retrospetiva ou antológica e a publicação de um catálogo.

O prémio já contemplou os trabalhos de Lourdes Castro (2000), Mário Cesariny (2002), Álvaro Lapa (2004), Eduardo Batarda (2007) e Jorge Molder (2010).

O júri deste ano era constituído pelo presidente do Conselho de Administração Da EDP, António Mexia, o filósofo José Gil; o curador e crítico de arte francês Frédéric Paul; a historiadora de arte Gloria Moure, Helena Barranha, antiga diretora do Museu de Arte Contemporânea do Chiado, João Fernandes, actual sub-diretor do Museu Rainha Sofia, em Madrid e ex-diretor do Museu de Serralves e João Pinharanda, programador cultural da Fundação EDP.

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