Nesta época natalícia, de maior simbolismo familiar, o filme Amor Polar pode ser um interessante pretexto para se entrar na sala de cinema - mais do que os ditos produtos cinematográficos da quadra. Uma pequena produção que chega com atraso (é de janeiro de 2014), mas, note-se, em sintonia com o contexto comercial.
Primeira longa-metragem de Maya Forbes, Amor Polar detém-se sobre uma estrutura autobiográfica, a saber, o período em que a realizadora e a irmã ficaram ao encargo do pai, bipolar, quando a mãe foi tirar um mestrado para Nova Iorque. Num exíguo apartamento em Boston, as pequenas Amelia (Imogene Wolodarsky, a própria filha de Maya Forbes) e Faith vão tentar lidar com a doença do pai (Mark Ruffalo) o melhor que conseguem.
[youtube:d1pCQS1H2Z0]
Ou seja, é justamente essa dinâmica que cria um espelho do bipolarismo: já não vive só nele, mas na relação com as filhas, entre gritos e abraços.
Mark Ruffalo prova, mais uma vez, a sua inteligência emocional numa performance exigente, para dar a este filme simples e carinhoso alguma profundidade. Mas não deixamos de reter apenas uma bonita fotografia.
Classificação:.**