Segundo o site da Globo, a movimentação era normal numa manhã chuvosa, véspera do Feriado da Proclamação da República. A presença da polícia era visível, sobretudo nos principais acessos à favela, localizada na zona sul da cidade..As escolas continuam fechadas e só devem reabrir na quarta-feira e o trabalho de revista dos moradores, que foi interrompido durante a noite, será retomado hoje de manhã..O trabalho da polícia, que procura traficantes, drogas e armas, não tem data para terminar. O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirma que, por se tratar de uma área muito grande, ainda há muitos pontos a serem vasculhados. A polícia quer por isso contar com a ajuda dos moradores e admite que ainda estejam escondidos na Rocinha quase 200 criminosos.."É no mínimo temerário dizer que não há mais ninguém naquele lugar", disse Beltrame, acrescentando que a presença massiva da polícia no local visa precisamente identificar os traficantes ou "qualquer outro equipamento criminoso que eles possam ter". O secretário de Segurança disse que a partir de agora é o Estado que controla uma área dominada há décadas pelo crime organizado..Durante o primeiro dia de ocupação nas comunidades da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, a polícia deteve quatro pessoas, apreendeu 20 pistolas, 15 fuzis, duas espingardas e uma metralhadora, material explosivo e três granadas, segundo o balanço da operação "Choque de Paz", que visa instalar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região..A polícia, segundo um novo balanço divulgado hoje, apreendeu ainda 112 quilos de pasta de cocaína, 40 barras de cannabis e cerca de 15 mil munições para diversas armas..As favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu começaram a ser ocupadas às 4:09 da madrugada (6:09 de Lisboa) de domingo, com a entrada de mais de uma dezena de veículos blindados e homens das Forças Armadas e do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope)..Às 6:20 locais (8:20 em Lisboa), o comandante-chefe do Bope, tenente-coronel René Alonso, anunciou que o território estava tomado pelas forças do Estado. As favelas foram tomadas sem que tivesse ocorrido um único disparo..O secretário adiantou que a instalação de uma UPP ainda não tem uma data prevista para acontecer e dependerá do andamento das próximas ações e da avaliação dos polícias que ali permanecem..Também o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse à Agência Brasil que a Polícia Federal (PF) permanecerá no Rio de Janeiro o tempo que for pedido pelo governador Sérgio Cabral e pelo secretário de Segurança. "O tempo que for necessário, o nosso pessoal ficará por lá", garantiu, sem quantificar o número de agentes da PF no local..Segundo o governante, a ocupação da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu "foi uma operação exemplar", em que "as forças de segurança do Rio de Janeiro, do Ministério da Justiça e do Ministério da Defesa seguiram as mesmas diretrizes do planeamento"..A favela da Rocinha tem 840 mil metros quadrados e 70 mil moradores.