Amadeu e Laureana ganham visita para 60 colegas
Amadeu e Laureana, de 10 e 7 anos, têm muitas hipóteses de se tornarem os alunos mais populares da sua escola, no Sul de Paris. É que a visita de ontem ao Oceanário de Lisboa valeu-lhes o prémio de visitante número 20 000 000. Mas não só a eles: como uma das ofertas é a participação no Programa Educação, os colegas dos dois jovens ficaram automaticamente convidados a visitar aquele que foi já considerado o melhor aquário do mundo. Ou seja, 60 crianças, e os respetivos acompanhantes, vão poder vir a Lisboa com todas as despesas pagas só porque os pais de Amadeu e Laureana, o casal Sylvie e Didier, compraram ontem bilhetes pelas 10.30 - a hora certa.
Com 18 anos - abriu portas em 1998 para a Exposição Mundial organizada na capital -, o Oceanário já recebeu em visitantes o dobro da população nacional e assinalou esse facto com uma receção mediática à família de lusodescendentes, todos nascidos em França.
"Estava aqui uma vedeta?"
O aparato que envolveu a família na zona das bilheteiras foi de tal ordem que as crianças não conseguiram falar sequer com a mãe quando esta lhes perguntou se estavam contentes. Aliás, Sylvie teve dificuldade em responder às primeiras questões e o marido acabou por dizer pouco mais do que "somos portugueses", mas "nascemos os quatro em França".
Depois de recompostos da surpresa e de ficarem a saber que durante um ano vão poder visitar o Oceanário sempre que quiserem e que têm direito durante esse período a 10% de desconto na loja, Sylvie foi a porta-voz da família, enquanto os filhos brincavam com a coqueluche daquele que no ano passado foi considerado o melhor aquário do mundo, segundo o Traveler"s Choice do portal TripAdvisor: o Vasco. "Pensávamos que estava aqui alguma vedeta", começou por dizer Sylvie, que, como o marido, é filha de portugueses que emigraram para França. Vivem no Sul de Paris e todos os anos vêm a Portugal. A visita de ontem ao Oceanário não foi a primeira, mas foi uma passagem muito rápida: "Têm uma surpresa para nós? Tem de ser rápido pois só temos uma hora para a visita."
Uns minutos depois, num ambiente mais calmo, deixou escapar a frase: "Uma grande surpresa." Isto já numa altura em que Amadeu e Laureana, principalmente o irmão (segundo os pais percebem o português, mas ontem não mostraram se o falam), iam sendo alvo de algumas brincadeiras de Vasco - a mascote.
"É uma experiência única e não estávamos à espera de uma oportunidade destas. Ter acesso livre ao Oceanário, sempre que viermos a Portugal no próximo ano, e os nossos filhos terem oportunidade de partilharem essa experiência com os outros meninos das suas turmas é excecional", concluiu Sylvie.
Os 60 colegas dos dois jovens lusodescendentes vão poder vir a Lisboa apreciar os quatro aquários diferentes que no Parque das Nações representam os habitats do Atlântico Norte, do Antártico, do Pacífico temperado e do Índico tropical, onde estão, numa área de 20 mil metros quadrados e 7 500 000 litros de água salgada, 500 espécies.
O Oceanário de Lisboa está aberto todos os dias - os bilhetes custam entre 11 e 16 euros - e tem como objetivos principais a promoção do conhecimento dos oceanos, principalmente por intermédio do Programa Educação, e a tentativa de envolver professores e alunos na conservação dos oceanos.