Uma noite mágica com Leonard Cohen no Passeio Marítimo de Algés
Foi em julho de 2008, no Passeio Marítimo de Algés. Leonardo Cohen entrou em palco ao som de Dance Me to The End of Love. Tinha então 73 anos e regressava a Portugal pela terceira vez - depois dos concertos de 1985 e 1988. O recinto estava cheio. "Foi uma noite mágica. Estava lua cheia, aquela temperatura de verão. E o concerto foi belíssimo, como sempre", recorda ao DN Álvaro Covões, o patrão da promotora Everything is New, que trouxe Cohen a Lisboa nessa noite.
Muitos fãs pensaram que essa seria uma oportunidade única para ver Cohen ao vivo em Portugal. Mas enganaram-se. A Everything is New voltou a apresentá-lo em Lisboa, mas no Pavilhão Atlântico, mais três vezes: em 2008, em 2009 e em 2013. "Eu era super fã", admite Covões. "Quem não é?"
Era impossível não ficar marcado por um concerto de Cohen. Recorda sobretudo "a energia dele, a forma como se entregava em palco", além, claro, da "beleza das músicas e dos poemas". "Os espetáculos eram eram sempre longos e ele terminava ainda a dançar de um lado para o outro, apesar da idade". Os concertos podiam ter mais de três horas.
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Do contacto que teve com o músico recorda como "a sua equipa era uma família, eram todos amigos de Los Angeles, onde ele morava, com quem era muito fácil trabalhar". E uma pequena nota que diz muito sobre Leonard Cohen: "Marcávamos-lhe sempre uma suite no hotel e ele pedia sempre para trocar para um quarto. E ia almoçar muitas vezes ao restaurante do hotel." Sem as grandes exigências das estrelas.
"A morte de Cohen era expectável, ele falava da doença. Penso que, ainda antes de ser conhecida a doença, chegou a estar pensada uma tournée com este novo disco. Mas já não se concretizou", conta Álvaro Covões. Este não tem sido um ano bom para quem gosta de música. "Os bons insistem em deixar-nos."