"Fácil, mas com algumas rasteiras." Foi desta forma que os alunos da Escola Básica Infante D. Henrique, em Viseu, classificaram a prova de aferição de Matemática. Uma facilidade criticada pela Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), que num parecer, citado pela Lusa, refere: "Há em ambas as provas um número muito exagerado de questões demasiado elementares para o nível de escolaridade dos alunos a que se destinam.".Em Viseu, à saída do teste, que em todo o País mobilizou 230 mil estudantes, os alunos mostraram satisfação, pela forma como correu, enquanto alguns professores procuravam avaliar a reacção dos alunos a um exame cuja avaliação apenas serve à escola. ."A primeira parte foi mais difícil, com um problema de estatística que tinha algumas rasteiras", disse Francisco Ferreira, um dos primeiros alunos a sair para o exterior, que aos 11 anos já vai no 6.º ano. O aluno considerou as perguntas "fáceis e práticas, como o cálculo do perímetro da cobertura de uma piscina". .Apesar disso, o estudante reconheceu "algum nervosismo com a prova", mas mostrou-se "esperançado numa boa nota". Já Manuela Santos contou que a prova "é mais a sério porque só cá estamos nós e os professores também são diferentes". No exterior da escola, e para além dos pais que esperavam os alunos, houve alguns professores que aproveitaram para conversar com os alunos e saber se "esperavam uma boa nota". .Até porque "a prova serve para aferir o conhecimento da disciplina nas escolas e pode-nos dar pistas sobre a forma como ensinamos", lembrou uma professora que não se quis identificar. .As provas de aferição, para alunos dos 4.º e 6.º anos, "não contam para a nota do aluno e destinam-se a recolher informação sobre os conhecimentos e desempenho das crianças na escola", justificou o Ministério da Educação (ME) sobre os testes que causaram algum transtorno aos pais e encarregados de educação (ver caixa). . A SPM defende mesmo que estas provas sejam realizadas por uma entidade externa ao ME para evitar a tentação dos "resultados mediáticos e políticos". Segundo o presidente da Sociedade, Nuno Crato, estes testes deveriam ter o estatuto de exames nacionais, com efeitos nas notas dos estudantes no final do ano, ao mesmo tempo que o nível de rigor deveria ser "bastante mais" elevado..Em 2009 fizeram estas provas mais de 235 mil alunos, distribuídos por 6292 escolas. Este ano, foram testados menos 5 mil alunos.