Altos quadros do Banco de Espanha demitem-se na sequência do 'caso Bankia'
Os três mais altos quadros do Banco de Espanha pediram a demissão esta segunda-feira, na sequência do 'caso Bankia'. Mariano Herrera, Diretor Geral de Supervisão, Pedro Comín, Diretor Geral adjunto, que dirigia os inspetores do Bankia antes da saída de Bolsa, e Pedro González González, Diretor do Departamento de Inspeção, emitiram um comunicado conjunto, onde justificam a decisão com a "obrigação" de não interferir com a investigação em curso.
Uma decisão tomada no dia em que a Justiça espanhola decidiu investigar um antigo governador do banco central de Espanha no caso da entrada em bolsa do Bankia em 2011, um dos maiores escândalos financeiros dos últimos anos no país.
De acordo com o juiz de instrução especializado em casos de corrupção, tanto Miguel Ángel Fernández Ordónez como Júlio Segura autorizaram a operação de entrada em bolsa do Bankia, "apesar das reiteradas advertências da equipa de inspeção do Banco de Espanha" sobre a inviabilidade do grupo.
Os técnicos da autoridade bancária espanhola sublinharam que a solução "não devia ser aprovada, pois podia implicar prejuízos graves para os acionistas e contribuintes".
O Bankia recebeu uma ajuda pública em maio de 2012, menos de um ano depois de ter sido admitido na bolsa de valores, e os seus dirigentes são acusados de terem prestado informações incorretas antes da operação.
O ex-ministro da Economia espanhol e antigo presidente do FMI (Fundo Monetário Internacional) Rodrigo Rato, que dirigiu o Bankia nessa altura, também está a ser investigado no âmbito deste caso.