Alto Comissário da ONU diz que democracia na Venezuela está em grande perigo
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, advertiu hoje que a democracia na Venezuela está em grande perigo, que há uma erosão na vida democrática.
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, "foi eleito pelo povo", reconheceu o Alto Comissário diante dos meios de comunicação em Genebra, mas as recentes ações do Governo "dão a impressão de que o que resta da vida democrática está a ser esmagado".
Questionado pelos jornalistas sobre os comentários do Presidente francês, Emmanuel Macron, que acusou na terça-feira o Presidente Maduro de criar uma "ditadura" no seu país, Al-Hussein declarou que houve "uma erosão da vida democrática" na Venezuela.
"Ela (democracia) deve estar às duras penas com vida, se é que ainda está viva", referiu.
As declarações do Alto Comissário acontecem no dia da publicação de um relatório do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (EACDH) sobre a situação dos direitos humanos na Venezuela, nomeadamente sobre a repressão das manifestações da oposição.
O documento denunciou possíveis execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados realizados pelas forças de segurança na Venezuela entre 01 de abril e 31 de julho, período de grande agitação da população e com inúmeras manifestações contra o Governo de Maduro, conflitos que já provocaram no total mais de 130 mortos.
A Venezuela passa por uma grande crise social, política e económica, sofrendo com a falta de produtos de primeira necessidade, como alimentos e medicamentos.