Altice terá desistido da venda da operação portuguesa

Reuters avançou esta quinta-feira que Patrick Drahi desistiu da venda da operação portuguesa. Altice pedia sete mil milhões, mas a proposta mais alta era de seis mil milhões. Altice Portugal garante que "não esteve nem está à venda".
Publicado a
Atualizado a

O grupo Altice cancelou a venda da operação portuguesa, dá conta Reuters esta quinta-feira citando fontes próximas do processo. O grupo terá recebido propostas não-vinculativas, em dezembro, mas os valores das ofertas pela Altice Portugal não satisfaziam Patrick Drahi, pelo que uma eventual venda ficou sem efeito.

A telecom só aceitava negociar se surgisse uma proposta de sete mil milhões de euros, mas as ofertas ficaram abaixo desse valor. A proposta mais elevada rondava os seis mil milhões, valor que incluiria já o reconhecimento da quota de mercado da Meo no país.

De acordo com a agência anglo-saxónica, apenas os fundos EQT e da CVC Capital Partners fizeram ofertas pela dona da Meo. Ainda chegou a ser noticiado que a a Altice sondou as telecom espanholas MásMóvil e Telefónica, mas apenas a operação lusa só atraiu private equities. Os fundos Blackstone e Apollo Global Management também foram apontados como potenciais interessados.

Contactada pelo Dinheiro Vivo, fonte oficial da Altice Portugal remeteu quaisquer comentários para o que a casa-mãe já tinha feito saber, que os ativos portugueses "não estavam e não estão à venda".

O grupo Altice nunca confirmou estar no mercado à procura de um comprador para a Altice Portugal, embora a telecom "precise de vender ativos para se focar mais noutros mercados como o Reino Unido", segundo uma das fontes citadas pela Reuters.

Por cá, Altice Portugal sempre negou uma eventual venda da operação chefiada por Alexandre Fonseca. "A Altice não está à venda", afirmou o presidente executivo da dona da Meo à CNN Portugal, em dezembro.

No universo empresarial é habitual ir ao mercado avaliar ativos, ou para uma futura venda ou para um posterior posicionamento da empresa em causa.

Em maio de 2021, o grupo de Drahi mandatou o banco francês Lazard para encontrar um comprador para a operação portuguesa. O grupo de telecomunicações, inicialmente, aceitaria negociar uma venda se surgissem propostas entre 6 a 6,5 mil milhões. Mas acabaou por fixar o objetivo dos sete mil milhões de euros.

Enquanto, oficialmente o grupo desmentia a intenção de vender a Altice Portugal, fontes de mercado faziam saber que uma hipotética venda estaria mesmo a ser ponderada, mas que os valores pretendidos poderiam não ser alcançados - dava conta o Jornal Económico em junho - devido às vendas de parte da rede de fibra ótica e outros ativos, nos últimos anos, como as torres de telecomunicações (primeiro ao à Morgan Stanley e fundo Horizon, depois à Cellnex).

O mesmo jornal noticiou, em dezembro que o grupo iria receber até ao final de 2021 propostas não-vinculativas. Contudo, uma potencial operação caiu por terra, "da mesma forma informal como foi lançada", segundo notificação enviada pela Altice aos interessados, citada pela Reuters.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt