Para a investigação, citada pela agência noticiosa AFP, os especialistas reconstituíram os períodos de chuva e seca durante os últimos dois mil anos na região onde viviam os Maias, entre México, Belize, Guatemala e Honduras..Os investigadores analisaram a composição química das estalagmites da gruta de Yok Balum, no Belize, localizada a 1,5 quilómetros do sítio arqueológico de Uxbenká e perto de outros locais com vestígios da civilização..Já depois da invasão espanhola, a prolongada seca que ocorreu no México entre 1535 e 1575, e que provocou a fome, fornece um paralelo histórico documentado que suporta a análise das estalagmites da gruta de Yok Balum e o desaparecimento da civilização dos Maias, sustentou Douglas Kennett, professor de antropologia da Universidade da Pensilvânia, coautor do estudo..Antes, uma outra seca na região, que durou quase cem anos, entre 1020 e 1100, "confirmou definitivamente o destino dos Maias", apontou o investigador James Baldini, da Universidade de Durham, no Reino Unido..A seca levou ao esgotamento de recursos agrícolas, à desestabilização do sistema político e a guerras, adiantou..Em contrapartida, períodos excecionais de chuva, entre 450 e 660 d.C, aumentaram a produtividade agrícola dos Maias, conduzindo a uma forte expansão da população e a uma sobre-exploração de recursos. .Como os Maias registavam os acontecimentos nos textos que gravavam na pedra dos templos, os autores do estudo puderam comparar a reconstrução da história do clima na região onde viviam e as alterações na frequência de guerras, casamentos, ascensões de reis e rainhas ao trono ou capturas de guerreiros de grupos rivais.