O gestor tinha sido nomeado para o segundo mandato há menos de oito meses, em Julho do ano passado, mas a indefinição do Governo quanto ao modelo de financiamento da empresa, considerado urgente por Almerindo para responder às pesadas exigências de tesouraria - uma renda de 800 milhões de euros anuais que tem de ser paga às concessionárias das SCUT - levou-o a considerar que tinha esgotado os objectivos estratégicos que se tinha proposto concretizar e que já não podia fazer muito mais na empresa..A carta de renúncia foi entregue no mês passado aos órgãos sociais da Estradas de Portugal sem grandes justificações, já que os motivos para a ruptura já eram conhecidos internamente. Além desta carta, o antigo presidente da RTP - de onde saiu, em Novembro de 2007 -, também comunicou oficialmente a decisão ao ministro e ao secretário de Estado das Obras Públicas (que tem a tutela da empresa) e também a um dos secretários de Estado do ministro das Finanças, com quem estivera em contacto nos últimos meses para tentar encontrar uma saída para as constantes dificuldades de tesouraria da Estradas de Portugal. .Segundo fonte próxima do processo, Teixeira dos Santos e a sua equipa nunca se mostraram sensíveis às exigências e preocupações de Almerindo Marques, o que levou o gestor a concluir que não tinha condições para se manter mais tempo no lugar, apesar de o mandato só terminar em 2012. .Contactado pelo DN, Almerindo não quis comentar a notícia, nem as relações que mantinha com o Ministério das Finanças, que tem vindo a assumir um papel cada vez mais decisivo e directo no relacionamento do Estado com o universo de empresas públicas.