As empresas que exploram a central nuclear de Almaraz, vão apresentar em junho o pedido de renovação da atual licença de produção de energia elétrica que caduca em 2020, disse hoje à agência Lusa fonte ligada a essas entidades.."O processo inicia-se em junho próximo com a apresentação da primeira documentação" para renovação da licença de exploração, disse a fonte, acrescentando que a decisão final deverá ser tomada no prazo máximo de um ano..O Conselho de Segurança Nuclear espanhol irá "fazer a gestão" do processo e apresentar um parecer antes da decisão final ser tomada pelo ministério da Energia de Espanha..O organismo responsável pela segurança nuclear do país vizinho deu na semana passada um parecer favorável para que a central nuclear de Garona, na província de Burgos (Comunidade Autónoma de Castela e Leão), possa operar até ter 60 anos..Este parecer favorável abre caminho a que as outras cinco centrais nucleares ativas em Espanha (Almaraz, Cofrentes, Trillo, Ascó y Vandellós) possam continuar a operar além dos 40 anos, que vão cumprir nos próximos anos..A Espanha cumpre a "moratória nuclear" que impede a construção de novas centrais nucleares, mas esse acordo internacional não trata das unidades que já estão a produzir eletricidade..A central que em seguida irá pedir autorização para continuar a operar é a de Almaraz, a que mais eletricidade gera (30% do subsetor), operada pela Iberdrola, Unión Fenosa e Endesa na província de Cáceres (Estremadura espanhola) a 100 km da fronteira portuguesa, com dois reatores que entraram em funcionamento em 1981 e 1983..A central nuclear de Zorita (Guadalajara) é aquela que, até agora, esteve mais tempo em funcionamento, 37 anos, de 1969 a 2006..Em 16 de janeiro último, Portugal apresentou à Comissão Europeia, em Bruxelas, uma queixa relacionada com a decisão espanhola de construir um armazém de resíduos nucleares em Almaraz, sem avaliar o impacto ambiental transfronteiriço..O Governo português defende que, no projeto de um aterro de resíduos junto à central nuclear de Almaraz, que já está a ser construído, "não foram avaliados os impactos transfronteiriços", o que está contra as regras europeias..Os ambientalistas portugueses e espanhóis estão contra o prolongamento da licença de exploração de Almaraz e desconfiam que a decisão de construção desse aterro seja o primeiro passo para prolongar a vida da central para além de 2020.