Alive: e no fim música para as massas

Depeche Mode para todos, Fleet Foxes para um punhado, Peaches como sempre, no final do 11.º festival Alive
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"É inaceitável acabar à meia-noite", queixava-se um espetador para quem o ouvia. Já passava da 1.00 mas havia quem tivesse dificuldade em compreender que o palco NOS tinha marcado encontro com o público só no próximo ano. Para trás ficou uma atuação irrepreensível de Depeche Mode, com Dave Gahan, Martin Gore e Andy Fletcher a dosearem novíssimos temas de Spirit com mais de uma dúzia de canções de outras épocas. Socorrendo-se do suporte vídeo para dar o tom (notável por exemplo as imagens de animais em Enjoy the silence), o grupo deu música para as massas (como o nome do disco de 1987). Melhor: deu espetáculo. Sim, quem já os vê de há longa data repara que as pausas entre canções são maiores, que as vozes já não são as que eram, etc. Mas quem fica indiferente perante um Gahan a dançar e rodopiar qual dervixe?

Antes, no mesmo palco, Kodaline e Imagine Dragons foram caso de sucesso para a geração mais nova.

Os Fleet Foxes calharam à hora dos Depeche Mode no palco Heineken e isso notou-se, muito. Mas quem ficou fez a festa: cantou He Doesn't Know Why, Mykonos ou White Winter Hymnal como hinos tão válidos como Walking in My Shoes ou Personal Jesus e aplaudiu as novas canções de Crack-up. A folk da banda de Seattle é um bálsamo para os ouvidos e Robin Pecknold e companhia não sabem tocar mal, mesmo quando perguntam ao público se este consegue ouvi-los por causa do som que chega do palco Clubbing. Também em simultâneo com Depeche Mode, por ali seguiu-se Cage The Elephant (bastante concorridos), para depois os The Avalanches prepararem o terreno para o festim louco de Peaches. A canadiana, cujo nome artístico podia entrar para o dicionário como sinónimo de excesso, entrou em palco com um fato à Chewbacca e um chapéu-vagina. A partir daí, só com duas dançarinas, foi a provocadora de serviço (por exemplo, a perguntar se Lisboa é mais indecente do que o Porto) e, com os seus temas de forte conotação sexual, pôs tudo em causa. Menos a sua atuação.

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