Algarve com mais 30 médicos. Ministério vai apresentar propostas para mobilidade

Ministro da Saúde vai criar novas propostas para levar médicos para zonas carenciadas. Algarve vai ser reforçado em breve com novos clínicos
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O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, anunciou esta manhã, na Comissão Parlamentar de Saúde, que o Algarve vai ser reforçado em breve com 30 novos médicos para os cuidaos de saúde primários. O responsável avançou que o Governo está a preparar uma proposta para incentivar a mobilidade parcial ou definitiva de médicos para zonas mais carenciadas.

"Iniciamos a contratação de médicos reformados para zonas com mais dificuldade. Estamos atentos e temos atuado no Algarve, uma das zonas mais carenciadas, para a criação de parcerias para salvaguardar as necessidades dos utentes. Em breve haverá uma colocação histórica no Algarve, com a colocação de 30 novos médicos em junho. Reiteramos que o nosso objetivo é garantir a sustentabilidade do SNS", disse o ministro da Saúde, no discurso de abertura, em forma de balanço dos seis primeiros meses de governação.

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No seguimento, Adalberto Campos Fernandes, adiantou que estão "a intervier nos cuidados de proximidade e a fazer face falta de investimento que se registou nos últimos quatro anos". "Contamos a breve prazo apresentar novas medidas estruturais para facilitar mobilidade parcial ou definitiva dos médicos para zonas mais carenciadas. Vamos aproveitar uma iniciativa apresentada pelo PCP para nos inspirar na proposta que estamos a preparar", afirmou, para mais à frente referir que "há áreas em sofrimento da carga trabalho levam à descompensação psicológica dos profissionais de saúde e por isso o ministério assinou ontem à tarde, com os sindicatos médicos, de forma inequívoca o descanso compensatório dos médicos".

Não faltam médicos, há má distribuição

Questionado sobre o número recorde de vagas para formação de médicos - a escolha das vagas para o internato da especialidade começam na próxima semana e a Ordem dos Médicos aumentou o número de lugares de formação para perto de 1700 -, o ministro disse estar atento. "É uma questão que também nos preocupa muito. Não há falta de médicos em termos globais, mas temos problemas de distribuição no território, que esperamos resolver com a iniciativa para mobilidade marcial ou definitiva."

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Questionado sobre o tema pelo deputado do PS, António Sales, Adalberto Campos Fernandes explico que a atribuição das idoneidades formativas é da responsabilidade da Ordem dos Médicos, com quem têm trabalhado para maximizar os processos de idoneidades e vagas disponíveis. "Propusemos ao bastonário, para que não haja dúvidas no processo de idoneidades, uma avaliação externa independente para a matriz usada para as idoneidades formativas para que não fique a ideia de que não está a fazer bem."

Questionado novamente sobre o tema pela deputada do PCP, Carla Cruz, que referiu os 114 médicos que no ano passado ficaram sem vaga para a especialidade o ministro da Saúde, reconheceu que há especialidades com falta de médicos, mas reforçou que se trata sobretudo de problemas de distribuição de clínicos. "Os médicos procuram concentrar-se em grandes centros para terem intermobilidade facilitada. Tem a ver com modelo de combinação público-privado. Temos de trabalhar para modelos para que não haja predação errada dos recursos. Não podemos forçar médico trabalhar num local onde não deseja estar. Temos de trabalhar na qualificação das unidades, dar modelos que permitam desenvolver o seu modelo profissional e trabalhar num desenho para um modelo de matriz para que jovens e menos jovens aceitem estar seis meses num outro sítio."

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Mais adiantou sobre o número elevado de jovens médicos em formação: "O Estado não terá condições nos próximos anos para contratar todos, primeiro não precisará deles, depois não faz isso com mais nenhuma profissão. Ainda temos muita falta de algumas especialidades e também Governo preocupa muito os 400 médicos que podem ficar de fora [da especialidade]. Estamos em diálogo com Ordem dos médicos e há abertura para tornar mais transparentes os critérios para idoneidades e temos muita pena que estes médicos que ficaram sem formação não possam ir para medicina geral e familiar, onde fazem falta."

[notícia corrigida às 14.15, substituindo 2700 por 1700 lugares para formação médica]

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