Alessandro e Andrea são gémeos, mas nasceram com dois meses de diferença
Uma italiana de 40 anos, de Lodi (a 40 km de Milão), grávida de gémeos, acabou por ter de recorrer à urgência em dezembro e foi hospitalizada, uma vez que se antevia um parto prematuro. Na véspera de Natal, nasceu o Alessandro, com 24 semanas de gestação (seis meses) e 800 gramas de peso.
Mas a equipa médica conseguiu manter a placenta intacta e o cordão umbilical para que prosseguisse a segunda gravidez.
A decisão de manter a segunda gravidez não foi fácil, descreve o jornal italiano Corriere della Serra. Se por um lado, a permanência do bebé no útero da mãe garantia um maior sucesso para a sua sobrevivência; por outro, havia o perigo de a grávida sofrer uma hemorragia, com consequências graves para a mulher e para a criança.
A equipa médica esperava prolongar a gravidez pelo menos mais dez dias, mas Andrea nasceu a 22 de fevereiro às 33 semanas, precisamente 60 dias depois, com quase três quilos, e já foi para casa. O Alessandro permanece no hospital, devendo sair sair dentro de duas semanas.
O pai, Sérgio, dorme muito pouco, circula entre o hospital e o banco onde trabalha. Não é católico praticante, mas na noite em que nasceu o primeiro filho, refugiou-se numa capela e rezou, conta o Corriere della Serra. Alugou uma casa a 50 metros do hospital para facilitar as deslocações. E a mãe, Lucia, passo o dia com Alessandro e vai a casa dormir.
Além das maravilhas da medicina, também de toda a dificuldade de gestão doméstica com o nascimento de dois filhos no espaço de dois meses, Sérgio referiu as dificuldades administrativas. "Quando Alessandro nasceu, no cartório perguntaram: 'Devemos escrever um gémeo de dois gémeos, um dos quais deverá nascer?'. Não sabiam o que colocar na certidão de nascimento".
Foram os responsáveis da instituição onde as crianças nasceram, a Fondazione Monza e Brianza per il Bambino e la sua Mamma, do Hospital San Gerardo de Monza, perto de Milão, que anunciaram esta quinta-feira, o nascimentos dos gémeos, um em 2018 e outro em 2019. Com um comentário: "É a primeira vez que vemos um caso destes"