Alemanha suspende autorização para gasoduto Nord Stream 2 devido à crise na Ucrânia

Controverso gasoduto liga a Rússia à Alemanha mas ainda não entrou em função por estar à espera do sinal verde dos germânicos.
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O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou esta terça-feira a suspensão da autorização para o controverso gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha, depois que Moscovo ter reconhecido a independência das regiões separatistas no leste da Ucrânia.

"Sem essa certificação, o Nord Stream 2 não pode ser colocado a funcionar", disse Scholz em conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, acrescentando que o assunto seria "reexaminado" pelo governo alemão.

Scholz alertou que a decisão de interromper o gasoduto era apenas um passo "concreto" e que mais sanções poderão seguir-se. "Há também outras sanções que podemos introduzir se forem tomadas mais medidas, mas, por enquanto, é uma questão de fazer algo muito concreto", disse aos jornalistas.

Este anúncio aconteceu poucas horas depois de o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, ter exigido a interrupção "imediata" do gasoduto. "Concordamos sobre a necessidade de impor sanções imediatas contra a Rússia depois deste novo ato de agressão contra a Ucrânia. Essas sanções devem incluir a interrupção total do Nord Stream 2", acrescentou, referindo-se ao gasoduto que está concluído mas que ainda não entrou em função por estar à espera do sinal verde da Alemanha.

Na segunda-feira, Vladimir Putin ordenou a mobilização do Exército russo para "manutenção da paz" nos territórios separatistas no leste da Ucrânia, que reconheceu como independentes.

Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa russo que "as Forças Armadas da Rússia assumam as funções de manutenção da paz no território" das "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk.

Em 2014 a Rússia invadiu o leste da Ucrânia e anexou a Península da Crimeia, território ucraniano.

A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e milícias separatistas fizeram até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.

Paralelamente, na Bielorrússia vai realizar-se no domingo o referendo constitucional sobre a proibição de produção ou presença de armas nucleares sendo que é também previsível que as tropas russas se mantenham no país.

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