Alemanha regista crescimento "exorbitante" do extremismo

Relatório dos serviços de informações internas regista aumento de militantes, violência e brutalidade
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A Alemanha registou em 2015 um aumento "exorbitante" do extremismo - de extrema-direita, extrema-esquerda ou radicalismo islâmico -, segundo o relatório anual dos serviços de informações internas alemães divulgado hoje.

"Os grupos extremistas, seja qual fora sua orientação, estão a ganhar terreno na Alemanha", afirmou o ministro do Interior, Thomas de Maizière, num comunicado de apresentação do relatório.

A agência de segurança "observou não apenas um aumento do número de militantes como também um incremento da violência e da brutalidade", acrescentou.

Em 2015, as autoridades registaram 1.408 atos de violência de extrema-direita, contra 990 em 2014, segundo a agência, oficialmente designada Gabinete de Proteção da Constituição.

"A intensidade do extremismo de direita aumentou no princípio de 2015 e acelerou-se rapidamente -- desde ameaças a políticos e jornalistas a ataques de fogo posto contra abrigos para refugiados e tentativas de homicídio", lê-se no relatório.

Em 2015, houve 75 ataques de fogo posto contra abrigos para refugiados, cinco vezes mais que em 2014.

"As redes sociais assumem um papel importante na agitação e radicalização", uma vez que o discurso de ódio é facilmente transmitido, desumanizando as minorias e originando crimes violentos.

No caso da violência de extrema-esquerda, frequentemente dirigida contra militantes de extrema-direita ou contra a polícia, o aumento foi também significativo, com 1.608 atos violentos registados em 2015, contra 995 em 2014.

A pior série de ataques registou-se durante as manifestações de março contra a inauguração da nova sede do Banco Central Europeu, em Frankfurt.

Entre outras ameaças, o relatório cita o radicalismo islâmico, com uma militância estimada de 10.000 pessoas, e os indivíduos "auto radicalizados", normalmente 'jihadistas' regressados da Síria ou Iraque e células adormecidas de grupos extremistas.

No final do ano passado, cerca de 780 alemães tinham viajado para a Síria e para o Iraque.

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