Alemanha autoriza o envio de tanques Leopard para a Ucrânia

Governo norte-americano está prestes a aprovar a entrega às forças armadas da Ucrânia de tanques M1 Abrams.
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A Alemanha aprovou o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia e está disposta a autorizar a transferência para aquele país de pelo menos uma companhia do modelo Leopard 2A6, avançou esta terça-feira o semanário alemão Der Spiegel.

"Após meses de debate, o chanceler [Olaf] Scholz decidiu entregar tanques de guerra à Ucrânia. Os aliados também parecem querer alinhar. Os tanques Abrams podem vir dos EUA", lê-se na edição online do jornal alemão.

A agência EFE, citando o Der Spiegel e o canal de televisão NTV, acrescenta que o exército alemão disponibilizará tanques do modelo Leopard 2A6 e que o Governo de Scholz autoriza os outros países a reexportarem unidades dos Leopard 2 comprados à Alemanha.

A pressão sobre a Alemanha para autorizar a reexportação de tanques Leopard 2 de fabrico alemão aumentou nas últimas semanas e esta terça-feira, confrontada com um pedido formal apresentado pela Polónia, Berlim abriu caminho para isso acontecer.

Numa conferência de imprensa em Berlim com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, também esta terça-feira o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius tinha já encorajado os países que pretendem fornecer tanques Leopard à Ucrânia a iniciar o treino dos militares ucranianos que os venham a operar.

Scholz também autorizou o pedido da Polónia para transferir 14 carros blindados Leopard 2 para a Ucrânia, na tentativa de repelir as forças russas que invadiram o território ucraniano em fevereiro de 2022.

Esses tanques, por serem de fabrico alemão, só podem ser reexportados com uma autorização da Alemanha.

Paralelamente, o governo norte-americano está prestes a aprovar a entrega às forças armadas da Ucrânia de tanques M1 Abrams, adiantaram esta terça-feira autoridades dos EUA, enquanto os aliados debatem o envio deste tipo de equipamento militar.

A decisão, que a confirmar-se representa uma mudança de planos por parte da administração de Joe Biden sobre estes tanques de guerra de fabrico norte-americano, pode ser anunciada esta quarta-feira, embora possa levar meses ou anos até que os M1 Abrams sejam entregues, noticiou a agência Associated Press (AP).

Altos responsáveis dos EUA adiantaram à AP, sob condição de anonimato, que os detalhes ainda estão a ser trabalhados, mas que o anúncio pode ocorrer em coordenação com a autorização da Alemanha ao pedido da Polónia para transferir para Kiev os tanques Leopard 2 de fabrico alemão.

O porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) disse hoje que "no momento" os EUA não têm nenhum anúncio para fazer sobre as notícias do envio dos Abrams à Ucrânia.

Em conferência de imprensa, Pat Ryder recordou que o seu país continua em contacto "estreito" com os ucranianos e aliados internacionais sobre os requisitos de segurança mais urgentes para Kiev.

Uma das fontes oficiais referiu à AP que a compra destes tanques será integrada num próximo pacote da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia, que fornece financiamento de longo alcance para armas e equipamentos a serem comprados a fornecedores comerciais.

As armas fornecidas através desta iniciativa podem levar muitos meses ou vários anos para chegarem ao campo de batalha, sendo que grande parte da ajuda foi enviada até agora através de um programa separado que utiliza as reservas do Pentágono para enviar armas mais rapidamente para a Ucrânia.

Também não foram imediatamente divulgados quantos tanques podem ser enviados.

Até agora, os Estados Unidos resistiram a aprovar o fornecimento dos seus próprios tanques M1 Abrams para a Ucrânia, apontando para a necessidade de manutenção extensa e complexa ou desafios logísticos com estes veículos altamente tecnológicos.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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