Alegre fica, PCP regressa, BE estreia-se, Portas de fora
O cenário vai-se clarificando à medida que se aproxima o dia da eleição parlamentar de cinco personalidades para o Conselho de Estado (CE), eleição marcada para a próxima sexta-feira, dia 18.
Sendo já certa a apresentação de pelo menos duas listas - uma da coligação PSD-CDS e outra da esquerda parlamentar -, tudo se perspetiva, portanto, para que haja dois eleitos à direita e três à esquerda (o método de apuramento de eleitos é o de Hondt).
A lista da esquerda deverá ser encabeçada por Manuel Alegre, o histórico socialista já no Conselho de Estado (nos últimos quatro anos) e que o PS reconduzirá.
Catarina não quer
Os outros dois eleitos deverão distribuir-se entre um indicado pelo Bloco de Esquerda e outro pelo PCP. Para o Bloco será uma estreia, para o PCP um regresso (só com Cavaco Silva como Presidente da República é que os comunistas deixaram de ter assento no Conselho de Estado).
O nome que o Bloco de Esquerda indicará será oficialmente discutido na terça-feira na Comissão Política do partido. Sabe-se que a porta-voz do BE, Catarina Martins, não quer ser escolhida.
Tudo aponta para que a escolha se faça entre "senadores" do partido. Por exemplo entre os três fundadores vivos: Francisco Louçã, Fernando Rosas ou Luís Fazenda. Dos três, só Francisco Louçã foi líder do partido - sendo assim o escolhido.
No PCP sempre foi o líder
No PCP, o nome não foi ainda revelado. Nem sequer está oficialmente confirmado que o partido quer voltar a fazer parte daquele órgão de aconselhamento do Presidente da República - embora informalmente se saiba que quer.
Prevê-se que a escolha da personalidade seja absolutamente institucional, como sempre foi: Jerónimo de Sousa, secretário-geral dos comunistas. Quando tiveram assento no Conselho de Estado, os comunistas sempre se fizeram representar pelo seu líder (primeiro Álvaro Cunhal e depois Carlos Carvalhas).
E à direita?
Na lista que o PSD e o CDS apresentarão a grande incógnita reside no segundo eleito. O primeiro será novamente Pinto Balsemão, patrão do grupo Impresa e militante n.º 1 do PSD. Passos Coelho não quer ir - só se conseguir um dia voltar a ser primeiro-ministro.
O segundo eleito pela lista da coligação será indicado pelo CDS. Mas Paulo Portas já decidiu que não será ele - segundo revelou ontem Luís Marques Mendes na SIC.
É possível especular sobre três hipóteses alternativas a Paulo Portas: Adriano Moreira, António Lobo Xavier ou Bagão Félix (que no entanto já está no CE, designado na quota pessoal das cinco personalidades escolhidas pelo Presidente da República).