Alcoitão trata 100 casos de AVC por mês

São cada vez mais os casos de acidentes vasculares cerebrais (AVC) que chegam ao Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que trata cerca de 100 doentes destes por mês.
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Nas palavras de Emília Farinha, terapeuta diretora do Centro, situado no concelho de Cascais, é substancial o aumento que se tem sentido nos últimos anos nos pacientes com sequelas de AVC, o que levou já a perspetivar-se a abertura de uma nova ala exclusiva dirigida a estas pessoas.

Para responder ao aumento de cerca de 30%, nos últimos dois anos tinham sido abertas em Alcoitão 30 novas camas, de um total de 150, e estão em preparação outras três dezenas só para casos de AVC.

Trata-se de uma nova ala do Centro, que está a preparar o último piso para receber em exclusivo doentes com sequelas provocadas por derrames cerebrais, e que deverá ser inaugurada em 2015, segundo informação oficial enviada à agência Lusa.

"A Santa Casa considerou que no âmbito da prestação de cuidados às pessoas de Lisboa era missão poder aumentar a nossa capacidade de resposta. Está prevista uma ala com 33 camas novas para aumentar a nossa capacidade de resposta. O 'know-how' está cá. É alargar a nossa oferta para podermos receber mais pessoas", justificou Emília Farinha à Lusa.

Os casos de sequelas por derrames constituem 65% dos casos tratados no internamento de Alcoitão, uma "fatia considerável", lembra a responsável.

O trabalho dos fisioterapeutas, cujo Dia Mundial se assinala domingo, passa por tentar recuperar as funções motoras, sensoriais ou de linguagem afetadas pelo derrame e evitar complicações como deformações dos membros e articulações que estejam paralisados.

O crescimento dos AVC não é uma realidade exclusiva neste Centro, nem em Portugal, onde ainda continua a ser a principal causa de morte. A nível mundial, tem aumentado também a incidência desta patologia, que conta com fatores de risco como a hipertensão, tabagismo, inatividade física ou doenças cardíacas.

Embora a nível pediátrico a incidência seja baixa, o Centro de Alcoitão tem tratado também cada vez mais casos de crianças com diagnóstico de AVC, uma situação considerada muito rara em pediatria, geralmente associada a malformações congénitas, mas cujas causas não estão totalmente determinadas.

Segundo os dados oficiais do Centro, em 2011 foram observadas quatro crianças com AVC, em 2012 foram tratadas 21 e só nos primeiros cinco meses deste ano já tinham sido seguidas mais de 10.

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