Alberto Carneiro em exposição no Museu de Serralves

A <i>Arte Vida/Vida Arte: Revelações de Energias e Movimentos da Matéria</i>, a nova exposição de Alberto Carneiro, inaugurou esta sexta-feira no Museu de Serralves. Com elementos inéditos construídos propositadamente para os espaços do museu, a mostra poderá ser vista até 24 de junho.
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A exposição que o artista Alberto Carneiro inaugurou no Museu de Serralves é uma mostra constituída por 21 momentos (secções) que pretendem levar o espectador para dentro da exposição. Por essa razão foram introduzidos pequenos espelhos nas galerias do museu para "que o espectador não escape à obra", segundo explica o artista.

Essencialmente demarcada por elementos da natureza: as raízes da laranjeira, as oliveiras do jardim de Alberto Carneiro ou a vide plantada pelo seu próprio pai, a exposição visa um só fim, a essência natural. "Se o meu pai aqui estivesse ficaria muito orgulhoso. Longe das coisas da arte como estava, era analfabeto, jamais imaginaria que algo plantado com as suas próprias mão pudesse figurar aqui, neste museu."

Há ainda um jogo latente com o espaço arquitetónico de Siza. A laranjeira colocada propositadamente ao pé da janela de uma das galerias para deixar antever "a natureza viva", segundo Alberto Carneiro explica, de Serralves.

"Toda a exposição é pensada a partir da matéria", frisa a curadora Isabel Braga. Alberto Carneiro complementa, "não há obra sem autor, sem ela mesma e sem o espetador". Por isso mesmo é que a mostra engloba, segundo Suzanne Cotter, a diretora artística do Museu de Serralves, três componentes importantes, "a arte, a natureza e nós como seres humanos". Tudo na exposição de Alberto Carneiro é pensado para incluir aquele que observa. A começar pelas denominações dos momentos construídos pelo artista, como por exemplo, "A árvore da vida com imagens do teu ser imaginante." As próprias chamadas de atenção da linha contínua escrita pelo artista em que se pode ler "tu és ser".

"Uma obra barata, não custou muito dinheiro", quis deixar bem latente Alberto Carneiro. Aos elementos naturais expostos juntam-se pequenos desenhos que o artista criou enquanto estava no hospital, "como uma forma de terapia", explica. Quadros com linhas simples que retratam as imagens da natureza que Alberto tinha retidas na sua memória.

Uma exposição maioritariamente com elementos inéditos, construídos ainda este ano, especificamente para Serralves, para ver até 24 de junho.

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