Alabama. Republicanos pretendem impedir aborto mesmo em caso de violação ou incesto

O objetivo final dos republicanos daquele estado norte-americano é levar a situação ao Tribunal Supremo e mudar a legislação nacional americana.
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Conservadores do estado americano do Alabama propuseram na terça-feira voltar a colocar em prática a legislação anterior a 1973 sob o aborto: seja em que fase da gravidez a mulher se encontre, o aborto deve ser considerado um crime, mesmo em casos de violação ou incesto. A única exceção da legislação é caso o feto apresente um "risco sério de saúde para a mãe". Em caso de incumprimento da lei, a mulher deverá ser punida entre 10 a 99 anos de prisão, segundo o Independent.

Os proponentes da legislação compararam a despenalização do aborto ao genocídio, como o Holocausto. "Mais de 50 milhões de bebés foram abortados nos Estados Unidos desde a decisão Roe - acórdão do Supremo Tribunal que legalizou o aborto em todo o país em 1973 - um número três vezes superior ao número de mortos em campos de extermínio alemães, nas purgas chinesas, os gulags de Estaline, campos de extermínio cambojanos e o Genocídio ruandês combinado", pode-se ler na legislação proposta pelos conservadores.

O projeto conta com mais de 60 copatrocinadores da casa de representantes do Alabama, composta por 105 membros. Terri Collins, um dos republicanos que apoiou o projeto da legislação afirma que o plano da condenação do aborto, visa chegar ao Supremo Tribunal americano para alterar a disposição de 1973. Outros conservadores que são contra o aborto foram encorajados a criar projetos similares de modo a apoiar a legislação a chegar ao Supremo e alterar toda a realidade americana sobre o aborto.

Os estados do Kentucky e do Mississípi aprovaram a proibição do aborto depois de ser detetado o primeiro batimento cardíaco no feto, algo que ocorre na sexta semana de gravidez. A Geórgia e a Carolina do Sul estão a ponderar seguir o mesmo caminho e criar uma lei semelhante.

100 atores de Hollywood, incluindo Alyssa Milano, Mia Farrow e Alec Baldwin juntaram-se e enviaram uma carta ao governador da Geórgia a ameaçar retirar os seus negócios do estado, caso a proibição fosse promulgada.

Na Carolina do Sul, um comité da Câmara já aprovou a legislação que proíbe o aborto após o primeiro batimento cardíaco, no entanto os opositores dizem que esta medida é fútil e acreditam que os republicanos irão perder a batalha. Vicki Ringer, diretora de Relações Públicas da Planned Parenthood South Atlantic declara o tribunal já bloqueou uma lei de aborto anteriormente e acusa o projeto de ser inconstitucional.

A presidente e CEO desta associação, Staci Fox, apelidou o projeto do Alabama de "uma sentença de morte para as mulheres de todo o estado". "O Alabama é apenas um peão neste jogo político para desafiar o acesso ao aberto seguro e legal a nível nacional", acusa.

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