Al Pacino apanhado pelo pecado da gula

"Eu digo sempre a verdade, mesmo quando estou a mentir" é uma das frases mais célebres de Tony Montana (protagonista de "Scarface") e poderia ser adaptada à nova relação entre o ator que lhe dá corpo, Al Pacino, e a balança. Qualquer coisa como - "o teu novo peso é este, mesmo que aches que te estou a mentir".

O fotógrafo quase nem o reconhecia, mas era ele. Al Pacino, com a sua nova e redonda barriga. O momento foi captado enquanto o ator falava ao telemóvel à saída do teatro Mancha (Los Angeles) e nem o fato escuro e a camisa branca conseguiram disfarçar o excesso de peso do ator. E as imagens correm as redes sociais.

Com 76 anos e uma carreira no mundo do crime cinematográfico, Pacino parece ter-se reformado do universo dos negócios obscuros, para se dedicar à iluminante e encantadora vida da cozinha. Certamente mais saborosa.

O intérprete chegou a Hollywood para ver e vencer. Francis Ford Cappola, realizador, apostou no então jovem ator que poucos conheciam, mas de quem os críticos iriam falar, e bem, pelo papel secundário em "O Padrinho". Apesar do sucesso da personagem Michael Corleone, o próprio Al Pacino admitiu em entrevista ao "Los Angels Times", em 2014, que não queria participar em "The Godfather" (título original). "Como é que eu vou interpretar este papel?", admitiu ter pensado na altura.

A interpretação de Michael Corleone valeu-lhe uma nomeação para o Óscar de Melhor Ator Secundário, em 1974. O galardão foi para Joel Grey, pela personagem M.C de "Cabaret".

Seguiram-se mais seis nomeações até a estatueta dourada bater à porta e entrar na carreira de Al Pacino. Em 1993, o ator conquistou o Óscar de Melhor Ator pelo seu papel em "Perfume de Mulher", de Martin Brest. Entre outros dos principais prémios no mundo do cinema, arrecadou ainda quatro Globos de Ouro (em 17 nomeações), dois Emmy (em 3 nomeações) e um BAFTA (em 4 nomeações).