Ainda por definir cúmulo jurídico para Vale e Azevedo
O advogado inglês de Vale e Azevedo admitiu ontem desconhecer que a audiência para a realização do cúmulo jurídico foi adiada por falta de notificação, alegando que foi enviada uma carta ao Tribunal da Boa Hora, em Lisboa.
"Preferia que tivesse tido lugar, estou surpreendido que não tenha tido lugar", lamentou, em declarações à agência Lusa, Edward Perrott.
Fonte judicial atribuiu de novo falta de confirmação da notificação do arguido, actualmente a residir na região de Londres, para o adiamento da audiência no Tribunal da Boa Hora, em Lisboa.
Uma primeira audiência já tinha sido agendada para 18 de Fevereiro e adiada pela mesma razão.
Na altura, Edward Perrott admitiu parte da responsabilidade, pois recebeu a carta. Contudo, ao reencaminhá-la por correio para o seu cliente, esta terá sido extraviada pelos correios britânicos.
Ontem, o causídico inglês garantiu que Vale e Azevedo, ex-presidente do Benfica, "enviou uma carta para o tribunal na semana passada a dizer que sabe da audiência e que quer que tenha lugar".
"Do nosso lado não estamos a tentar atrasá-la", vincou, remetendo esclarecimentos para os advogados portugueses de Vale e Azevedo.
A audiência visa juntar numa só pena as várias condenações que já foram proferidas: em 2006 foi condenado a sete anos e meio de prisão no caso Dantas da Cunha; em 2007, o Tribunal Constitucional decidiu transitar provisoriamente em julgado o acórdão que o condenou a seis anos de prisão em cúmulo jurídico nos casos Ovchinnikov e Euroárea; e também em 2007 foi condenado a uma pena de cinco anos de prisão no âmbito do caso Ribafria.
Num documento elaborado pelo juiz Renato Barroso, este considerou que o cúmulo jurídico do ex-presidente do Benfica deverá situar-se entre os seis anos e os 18 anos de prisão.
Vale e Azevedo cumpriu três anos e meio de cadeia e mais dois anos e meio de prisão domiciliária e liberdade condicional.|