Agronomia ergue a sua quinta Supertaça

Equipa da Tapada conquistou o primeiro troféu da época pelo segundo ano consecutivo ao bater esta tarde, no CAR do Jamor, o campeão nacional CDUL, por claros 29-10
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Os agrónomos abrem a época da mesma forma autoritária e mandona como terminaram a anterior, ou seja, vencendo e convencendo os seus opositores. Depois de conquistarem a Taça de Portugal derrotando o Cascais (16-8) no derradeiro jogo da temporada 2016/17, hoje à tarde foi a vez dos campeões nacionais CDUL serem subjugados pelo quinze de Frederico Sousa que, depois de há uma semana, na jornada inaugural do campeonato nacional, terem cilindrado o Benfica por 96-0 (!), hoje voltaram a demonstrar ter um plantel bem recheado, confiante e a vender saúde física e mental, o que os coloca no topo das formações do atual râguebi português.

Mas a primeira novidade do jogo que habitualmente marca a abertura da época do râguebi nacional foi a presença de um árbitro oficial a dirigi-la, na circunstância Pedro Vieira, precisamente o presidente da Associação Nacional de Árbitros (ANAR) - e esteve em bom plano, diga-se desde já. Tal facto deveu-se aos árbitros terem recebido ontem, pelas 23.30 (!), o comprovativo de que irão ser finalmente pagas pela Federação na próxima semana, todas as despesas em atraso referentes à época anterior (cerca de 9 mil euros). Não era sem tempo. Agora fica só a faltar o pagamento dos prémios em atraso, num total que ronda os 24 mil euros...
As duas equipas surgiram com algumas novidades, chamando inclusivamente vários internacionais sub-20 campeões europeus e vice-campeões do World Trophy (5 para Agronomia e 2 para o CDUL). Repetindo dez titulares em relação ao quinze que há um ano derrotou Direito (17-9) na Supertaça de 2016, os agrónomos iniciaram o jogo um pouco expectantes e a verem os universitários fazerem as despesas do encontro nos primeiros 10 minutos da partida.

E assim foi com justiça que Tomás Noronha, depois de falhar uma primeira tentativa a abrir, aos 7" inaugurava o marcador para os campeões nacionais numa penalidade (3-0).
Agronomia placava bem e de forma dura (notáveis ao longo dos 80 minutos os centros Vasco Ribeiro e Meli Rokua, uma dupla de betão, para lá do intratável ponta António Cortes) e a jogar com mais um por amarelo ao 2.ª linha do CDUL Afonso Sousa (penalizado por placagem sem braços de forma algo exagerada...), a equipa cresceu e não demoraria a muito a dar a volta ao resultado.

Primeiro num pontapé do abertura José Rodrigues - o melhor jogador da época passada voltou a estar em grande plano e deixa água na boca a possibilidade de poder vir a representar Portugal nesta temporada... - e depois num ensaio do n.º 8 Tomás Gonçalves num lance iniciado precisamente numa fantástica cavalgada de 40 metros de Rodrigues só parada em falta. Pontapé para fora, alinhamento ganho, maul dinâmico imparável... e, em menos tempo do que demora a descreve-lo, os da Tapada passavam para a frente aos 16" por 10-3.

Vendo-se a perder foi a vez do CDUL reagir com galhardia (mas pouca cabeça...) e até ao apito para intervalo ocupou em exclusivo o meio-campo contrário, metendo os agrónomos num autêntico colete-de-forças. Aos 33" só uma corajosa placagem kamikaze de António Cortes junto à bandeirola tirou o ensaio a Gonçalo Foro que já era festejado nas bancadas.
Mas logo a seguir e depois de Agronomia se ver reduzida a 14 por amarelo ao pilar Gustavo Duarte (sucessão de faltas), os campeões nacionais lá conseguiram chegar ao ensaio após mêlée frente aos postes (8 contra 7...). O centro Hamish Graham recebeu a oval, rodou bem ... e levava as equipas para os balneários empatadas a 10 pontos.

E quando se esperaria um certo equilíbrio a segunda parte seria totalmente dominada por uma Agronomia mais fresca e plena de confiança, com o CDUL a só episodicamente conseguir pisar o meio-campo adversário.

Nova arrancada de José Rodrigues (o jeito que dá ter um bom nº10!) aos 53" deu o mote para o que se seguiria. E tudo seria desfavorável aos universitários!

Aos 56" uma touche do CDUL nos seus 5 metros acabou nas mãos do cerra-filas contrário João Moreira que nem precisou de saltar (!) e três passes depois a oval chegava ao excelente Vasco Ribeiro que, mergulhando, fazia os 17-10.

O jogo pendia decisivamente para as cores verde e brancas e nem duas penalidades desperdiçadas pelo habitualmente eficaz José Rodrigues davam ânimo aos homens de Jack Farrer. Até porque o recém-entrado Vasco Batista via um segundo amarelo para os universitários que, de uma vez por todas, iria arrumar a questão.

Em superioridade numérica Agronomia não teve contemplações e em curtos dois minutos (75" e 77") marcaria por duas vezes: Manuel Cardoso Pinto (pontapé curto do excelente defesa para trás da defesa contrária, persegue bem a bola, merece a sorte que tem no ressalto... e marca por baixo dos postes) e por fim pelo centro Meli Rokua que, em força, perfurou como quis a já muito desgastada defesa dos campeões nacionais, estabelecendo os finais e justos 29-10.

Ou seja, nos 20" que esteve com um jogador a mais, Agronomia conseguiu um resultado parcial de 17-0! Ou seja, a indisciplina custou bem caro ao CDUL...

Esta é a 5.ª Supertaça conquistada por Agronomia depois de 1998, 2007, 2011 e 2016, colando-se ao Dramático de Cascais também com 5 triunfos. Acima apenas está Direito que ergueu o troféu por 11 vezes.

Também nesta tarde o Belenenses venceu a Supertaça dos sub-18 ao derrotar Direito o desempate por penalidades (24-24 no fim dos 80") e, no sector feminino, o Benfica - que, numa prova disputada com meias-finais (!) e não venceu campeonato nem Taça nem foi finalista derrotado! - conquistou a Supertaça da senhoras ao derrotar na final o Sporting (campeão e detentor da Taça) por 14-12.

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