Afeganistão anuncia morte de dirigente da Al-Qaeda procurado pelos EUA

Husam Abd al-Rauf, mais conhecido como Abu Muhsin a-Masri, era responsável pela propaganda da Al-Qaeda e estava na lista dos mais procurados do FBI.
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O Afeganistão anunciou neste domingo a morte de um dirigente de topo da rede terrorista Al-Qaeda, um dos mais procurados pelas autoridades norte-americanas, numa operação militar no leste do país.

Husam Abd al-Rauf, mais conhecido como Abu Muhsin a-Masri, era responsável pela propaganda da Al-Qaeda e estava na lista dos mais procurados do FBI.

A sua morte acontece depois de semanas de violência no país, incluindo um atentado suicida num centro educativo perto de Cabul, que matou 24 pessoas no sábado e foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

É também um indicador de que a Al-Qaeda continua presente no Afeganistão, o que pode comprometer as conversações de paz e a retirada das forças norte-americanas do país, 19 anos após uma invasão que visou depor o regime talibã que acolhia o líder ​​​​​​​histórico da Al-Qaeda, Osama bin Laden, responsável pelos ataques terroristas do 11 de setembro.

A Al-Qaeda ainda não reconheceu a morte de Al-Rauf, anunciada na rede social Twitter pelos serviços secretos afegãos, que afirmaram tê-lo matado numa operação das forças especiais na semana passada, na província de Ghazni, 150 quilómetros a sudoeste da capital, Cabul.

Segundo Amanullah Kamrani, um responsável local do concelho da província de Ghazni, as forças especiais afegãs atacaram a localidade de Kunsaf, controlada pelos talibãs, e mataram sete suspeitos de pertencerem à Al-Qaeda que estavam numa casa isolada durante um tiroteio.

Se se provar que os talibãs davam abrigo a Al-Rauf, isso será uma violação dos termos do acordo celebrado em fevereiro passado com os Estados Unidos, que levou ao início das conversações.

No acordo, os talibãs concordaram "não cooperar com grupos ou indivíduos que ameacem a segurança dos Estados Unidos e dos seus aliados", entre os quais se inclui a Al-Qaeda.

Procuradores do FBI emitiram um mandado de captura para Al-Rauf em dezembro de 2018, acusando-o de apoiar organizações terroristas e de conspirar para matar cidadãos norte-americanos e colocando-o na lista dos terroristas mais procurados, onde estão outros 27 nomes.

Al-Rauf nasceu no Egito em 1958 e segundo uma biografia divulgada pela Al-Qaedam juntou-se aos guerrilheiros mujahedin que combateram as tropas soviéticas durante a sua invasão do Afeganistão.

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