Aeroportos europeus alertam para riscos de segurança em caso de brexit sem acordo

Relatório do Conselho Internacional de Aeroportos enviado à Comissão Europeia- citado pela Sky News - diz que um cenário de brexit sem acordo levaria a perturbações graves e riscos de segurança elevados
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Se a 29 de março de 2019 não houver um acordo que estabeleça os parâmetros da nova relação entre os britânicos e a UE, no dia seguinte o cenário será de caos, pelo menos nos aeroportos, com os riscos de segurança que isso acarreta.

O alerta surge num relatório de quatro páginas, datado deste mês de setembro, enviado pelo Conselho Internacional de Aeroportos à Comissão Europeia, mais propriamente à equipa de Michel Barnier, o negociador-chefe da UE para as negociações com o governo britânico sobre o brexit.

O relatório, citado esta quarta-feira pela Sky News, sublinha que, na ausência de acordo, pelo menos seis milhões de passageiros de voos provenientes do Reino Unido para o continente terão que ser submetidos, por exemplo, a controlos suplementares de segurança, voltando a passar pelo Raio-X e pelas revistas.

Os aeroportos que seriam atingidos, refere o documento, seriam os de Schiphol em Amesterdão, o de Frankfurt e Munique, os de Madrid e de Barcelona, o do Keflavik em Reiquejavique, o de Bruxelas e o de Zurique.

O documento refere igualmente uma lista de aeroportos que não estão preparados para fazer quaisquer alterações ao regime de segurança em vigor por causa de passageiros vindos do Reino Unido. O de Schiphol, por exemplo, "teria que ser submetido a mudanças significativas e dispendiosas nas infraestruturas dos terminais" com custos de pelo menos 100 milhões de euros.

Os aeroportos, refere o relatório enviado ao adjunto de Barnier, segundo a Sky News, "teriam de comprar equipamentos de segurança adicionais, construir novos checkpoints de segurança, recrutar mais seguranças e mais staff dos restantes serviços a custos significativos para as companhias aéreas e, em última análise, para os passageiros". O recrutamento e formação desse novo pessoal iria demorar entre seis a nove meses.

Por tudo isto, o Conselho Internacional de Aeroportos pede à Comissão Europeia que seja permitido ao Reino Unido, em qualquer dos cenários, com acordo ou sem, continuar a fazer parte do "one-stop security", ou seja, controlo de segurança único. De acordo com este programa, os passageiros em trânsito só têm que passar, com as respetivas bagagens, uma só vez pelos controlos de segurança.

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