Um advogado da Operação Fénix, cujo julgamento decorre em Guimarães, afirmou esta quinta-feira que está a defender um "arguido morto", acusado pelo Ministério Público (MP) de associação criminosa, exercício ilícito da atividade de segurança privada e extorsão.."Não tenho dúvida nenhuma de que o José Dias [o arguido em causa] está morto", referiu aos jornalistas o advogado Fernando Moura..Acrescentou que o seu cliente "foi assassinado" há cerca de um ano, mas o corpo "nunca foi encontrado" e a polícia "não chegou a qualquer conclusão"..Adiantou que José Dias chegou a estar preso preventivamente no âmbito da Operação Fénix mas acabaria por ser libertado, tendo alegadamente sido assassinado cerca de 15 dias depois de sair da cadeia..De resto, Fernando Moura escusou-se a revelar outros pormenores sobre o assunto.."O que posso dizer é que estou a defender um arguido morto", sublinhou..Na sessão de hoje do julgamento da Operação Fénix , foram analisados factos relacionados com uma alegada extorsão em que, segundo a acusação, José Dias esteve envolvido, conjuntamente com outros três arguidos..A vítima terá sido um empresário que pediu 25 mil euros emprestados e que depois, sob coação, pagou cerca de 144 mil euros..Hoje, em tribunal, a vítima disse que José Dias não teve qualquer envolvimento no assunto e que até o ajudou a parar com a extorsão de que disse estar a ser alvo..A vítima constava de uma conversa telefónica com José Dias, que hoje foi ouvida em tribunal, mas disse não reconhecer a sua própria voz..Disse ainda que não fazia "a mínima ideia" de qual era o seu número de telemóvel na altura..O procurador do Ministério Público encontrou contradições entre o seu depoimento de hoje e as declarações que tinha prestado em sede de inquérito e requereu extração de certidão dessas declarações para eventualmente o processar por falsidade de testemunho..A Operação Fénix é um processo relacionado com a utilização ilegal de seguranças privados, tendo como epicentro a empresa SPDE..Os 54 arguidos respondem por crimes de associação criminosa, exercício ilícito da atividade de segurança privada, extorsão, coação, ofensa à integridade física qualificada, ofensas à integridade física agravadas pelo resultado morte, tráfico, posse de arma proibida e favorecimento pessoal.