Administração da SAD do Sporting vai recusar aumento salarial
Francisco Salgado Zenha, administrador da SAD do Sporting, afirmou esta segunda-feira em entrevista à Rádio Observador que a administração da sociedade "vai abdicar" do aumento salarial "neste momento".
"O clube vai aceitar a proposta, mas o conselho de administração vai abdicar neste momento. Não vai receber nem mais um cêntimo do que no ano passado. Temos de ser coerentes, é preciso que haja ajustamentos nos bastidores, mas não queremos passar a imagem de que estamos aqui por dinheiro", garantiu.
Este era um dos temas mais quentes previstos para a Assembleia Geral de acionistas da SAD, marcada para esta terça-feira às 20.00 horas. No entanto, Salgado Zenha defende que o aumento salarial é inevitável e explicou porquê: "Não podemos ter jogadores muitíssimos bem pagos e depois toda a gente que está nos bastidores está insatisfeita e desmotivada porque é mal paga. Nós não estamos aqui por dinheiro, quero salientar que recebemos menos do que o conselho de administração anterior. Abdicámos do prémio variável, que não fazia sentido nenhum. Não estamos à procura de dinheiro."
A ideia do aumento das remunerações é considerado pelo administrador da SAD como um passo para a profissionalização da estrutura dirigente do Sporting. "Há uma comissão acionista independente que faz uma proposta com base na análise do que deve ser o pacote de remuneração do conselho de administração. Essa proposta tem como objetivo aumentar os salários de todos os colaboradores, não só da administração, porque queremos fazer aquilo que para nós faz sentido, que é profissionalizar a estrutura", frisou.
Refira-se que essa proposta de revisão salarial contemplava que o presidente da SAD fosse aumentado de 188 mil para 273 mil euros anuais, enquanto os administradores subiriam dos 139 mil para os 196 mil euros por ano.
Salgado Zenha deixou ainda a garantia de que não é fundamental para as finanças da sociedade leonina a transferência de Bruno Fernandes. "A SAD do Sporting poucas vezes teve resultados positivos. Se definíssemos a estratégia só com base nos resultados líquidos do ano, seria difícil tornarmo-nos numa estrutura profissional. Não é fulcral vendermos o Bruno Fernandes em janeiro porque temos outras formas de gerar receita e de nos financiarmos. Temos de as procurar, no Sporting é mais difícil do que, por exemplo, na EDP, mas temos alternativas. No mercado de verão tivemos de tomar decisões, a venda do Bruno Fernandes para muitos era um dado adquirido, era possível ele sair, mas não foi o caso e optámos por vender outros jogadores", explicou.
O administrador sportinguista garante que "voltaria a fazer tudo o que foi feito" no mercado de verão. "Não fazia sentido aceitar o que ofereciam pelo Bruno Fernandes. A venda do Bas Dost foi feita porque o custo que representava não era comportável para a realidade do Sporting. O que temos de perceber é que o Sporting não tem capacidade para ter todos os jogadores e tem de tomar decisões. Esta foi a decisão", finalizou.