Adiada para 2 de abril a sentença de Leonor Cipriano
Juíza requer extradição de certidão de outro processo em que a mãe de Joana foi assistente no julgamento de cinco inspetores da Polícia Judiciária por alegadas agressões. Na altura, três deles acabaram por ser absolvidos e dois condenados, um por falsidade de depoimento e outro por falsidade de documento.
O Tribunal de Faro decidiu adiar para o dia 2 de Abril, pelas 13.30 horas, a leitura da sentença relativa ao processo em que Leonor Cipriano - a cumprir 16 anos de prisão por coautoria com o seu irmão, João Manuel, dos crimes de homicídio e ocultação do cadáver da sua filha Joana (ainda não apareceu) - é acusada de falsas declarações sobre agressões de que diz ter sido alvo nas instalações da Polícia Judiciária (PJ), na capital algarvia, para a obrigar a confessar a morte da criança, então de oito anos, desaparecida a 12 de Setembro de 2004, na aldeia da Figueira, no concelho de Portimão, onde a família vivia.
Numa curta sessão realizada, hoje à tarde, naquele tribunal, onde estava marcada a leitura do acórdão, tendo a arguida sido dispensada de comparecer, a juíza explicou que vai ser extraída certidão de um outro processo, no qual Leonor Cipriano foi assistente, para juntar àquele em que ela é agora acusada de ter mentido durante o julgamento, em 2009, de cinco inspetores da PJ por alegadas agressões.
Recorde-se que três deles, Paulo Pereira Cristóvão, Leonel Marques e Paulo Marques Bom, foram absolvidos, enquanto Gonçalo Amaral, ex- inspetor-coordenador da Judiciária, em Faro, e António Cardoso Nunes acabaram por ser condenados a um ano e meio e a dois anos e três meses de prisão, ambos com penas suspensas, por falsidade de depoimento e falsificação de documento, respetivamente."O Tribunal entendeucomo necessário juntar vários elementos que estão no âmbito de outro processo", explicou a juíza.
No acórdão em 2009, para o coletivo de juízes do Tribunal de Faro foram "flagrantes e relevantes" as contradições em que Leonor Cipriano incorreu, considerando que a mãe de Joana mentiu quanto à forma como lhe bateram e identificou os autores das agressões, bem como o tempo e modo como revelou terem-lhe batido. Dessa forma, o tribunal não conseguiu apurar quem, de facto, agrediu Leonor Cipriano na PJ, como ela diz, para a obrigar a confessar o crime de homicídio da sua filha, que garante não ter cometido.