Acusado de "desonestidade e má gestão". Demitiu-se o diretor da Frontex

Relatório indica que Fabrice Leggeri "não seguiu os procedimentos da agência, foi desonesto com a União Europeia e fez uma má gestão de recursos".
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O diretor da Frontex estava a ser investigado pelo gabinete europeu de luta anti-fraude, Olaf, que elaborou um relatório em que demonstra uma má conduta de Fabrice Leggeri, enquanto esteve à frente da instituição.

Entre os exemplos denunciados está a cumplicidade com as autoridades gregas, que resultou no afastamento ilegal de migrantes, deixando centenas à deriva no mar.

O relatório conclui que o diretor da Frontex não seguiu os procedimentos da agência, foi desonesto com a União Europeia e fez uma má gestão que conduziu ao afastamento ilegal de migrantes.

Na sequência das conclusões do observatório europeu de luta anti fraude, Fabrice Leggeri, em funções desde 2015, já apresentou a demissão.

A Comissão Europeia destaca ainda assim a importância da agência, e prefere não comentar o caso da demissão, dizendo que têm sido adotadas medidas, para que os direitos fundamentais sejam respeitados pela Frontex. A porta-voz da Comissão Europeia para os assuntos internos, Anitta Hipper afirma que a Agência continuará a desempenhar o papel para o qual foi desenhada.

"A Frontex tem uma tarefa extremamente importante, que é ajudar os Estados-Membros a protegerem as fronteiras externas da União Europeia e, ao mesmo tempo, assegurar os direitos fundamentais", afirmou a porta-voz, defendendo que "a Frontex deve ter em prática uma agência estável e funcional".

O porta-voz de Von der Leyen, Eric Mamer rejeita que a haja um falhanço desempenho da agência seja posto em causa, e considera que há exemplos que demonstram que tem um papel importante.

"Acreditamos firmemente que a Frontex tem contribuído para o sucesso da implementação das políticas da Comissão nesta área", sublinhou o chefe do serviço de porta-vozes do executivo comunitário, lembrando a título de exemplo que "recentemente assinámos um acordo com a Moldávia, no sentido de disponibilizáramos recursos da Frontex para o país". "É isto um sinal de que a Agência está a falhar?", questionou.

A porta-voz para os Assuntos Internos garantiu ainda que Bruxelas "tem sido muito activa" adoptando medidas para evitar casos de violação dos direitos humanos.

"A Comissão tem sido muito activa, verbalizado estes temas à administração da Frontex, e colocou em pratica estruturas operacionais, observadores dos direitos fundamentais e funcionários dedicados a observar todas os problemas mencionados", afirmou na conferência de imprensa diária, que nesta sexta-feira, em particular, foi dominada por este tema.

A agência estava já debaixo de críticas das críticas de Organizações Não Governamentais, por suposta cumplicidade com as autoridades gregas e por práticas contrárias às leis internacionais, que resultaram em centenas de migrantes forçados a permanecerem à deriva no mar.

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