"Açores têm muito a ganhar com estabilidade política"
Que argumento apresenta para convencer os açorianos a manterem o voto em si?
Os açorianos sabem bem o trabalho que foi feito pelo governo nestes últimos quatro anos. Mas apresento-me a estas eleições não pelo passado, mas pelo futuro, pelo que falta fazer e inovar, nas mais diversas áreas, consolidando, cada vez mais, os indicadores económicos positivos que temos registado. Apesar de termos passado por um período de maior turbulência, devido aos efeitos da crise nacional e internacional, os Açores conseguiram manter as contas públicas regionais equilibradas, ao invés do que se verifica no resto do país. O défice estimado dos Açores para 2015 representa menos de 1% do PIB regional e a dívida pública estimada, para o mesmo ano, é de 38%. Para o país estamos a falar de um défice de 4,4% e de uma dívida pública de cerca de 129%.
Só pretende governar com maioria absoluta? Se perder a maioria está disposto a conversar com os partidos?
Vamos aguardar pela resposta dos açorianos, que respeitarei como sempre fiz. No entanto, será útil referir que os Açores têm muito a ganhar com estabilidade política.
Quais as principais prioridades para os Açores pelas quais se vai bater?
Uma das principais prioridades é a criação de mais emprego, mais seguro e mais bem remunerado. Já fizemos um grande trabalho nesta área, reduzindo a taxa de desemprego de 18%, no primeiro trimestre de 2014, para 11% no segundo trimestre deste ano, mas este é um desafio que consideramos não estar ainda vencido. Também na educação, temos as condições para consolidar o trajeto de melhoria dos indicadores que temos vindo a melhorar, desde logo através do Programa de Promoção do Sucesso Escolar. Outra prioridade tem que ver com setores que estão sob tensão - a agricultura e as pescas - devido a decisões e a constrangimentos externos, que estão a condicionar o rendimento dos produtores de leite e dos pescadores açorianos.
O turismo tem aumentado muito nos Açores, mas é ainda uma área que apresenta fragilidades. O que fazer para melhor a atividade?
Convém não esquecer que o desenvolvimento do setor turístico é um facto que orgulha o PS, pois foi obra e conquista dos seus governos. Resolvida que está a questão das ligações aéreas, o que não isenta uma monitorização atenta da sua evolução, apostamos numa estratégia que assenta em quatro grandes pilares: a qualificação do destino, a sustentabilidade do destino, a eficácia da promoção e a eficiência das acessibilidades.
Como pretende fazer frente à crise dos produtores de leite?
O setor leiteiro nos Açores, responsável por cerca de 30% da produção nacional, está confrontado com grandes desafios, mas estou confiante que vamos conseguir vencê-los. Temos de prosseguir uma ação política persistente junto de Bruxelas por uma justa compensação dos produtores açorianos, de criar mecanismos que permitam à produção responder à volatilidade dos mercados, de promover ganhos de eficiência nas explorações, mas também promover uma equilibrada redistribuição de valor por todos os intervenientes nesta cadeia.
O que espera desta campanha?
Espero que seja uma campanha esclarecedora e mobilizadora em nome da autonomia e do futuro dos Açores.
Conta com o apoio em força do partido na campanha?
Claro que sim.