Acordo sobre nuclear iraniano: quase, quase... mas volta a falhar
No Twitter em inglês do presidente iraniano, Hassan Rohani, a meio da tarde de ontem, lia-se: "#AcordoIrão é vitória da diplomacia e do respeito mútuo sobre o paradigma ultrapassado na exclusão e coerção. Este é um bom início." Mas a mensagem rapidamente foi apagada. Um sinal de que algo correu mal e impediu que Teerão e as seis potências mundiais (EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha) chegassem a acordo sobre o programa nuclear iraniano até à meia-noite - o limite traçado para o sucesso nas negociações que decorrem em Viena.
A confirmação do fracasso surgiu pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano. Javad Zarif fazia uma pausa na maratona negocial numa varanda do Palais Coburg, que recebe as negociações na capital austríaca, quando foi inquirido pelos jornalistas sobre quando iria haver acordo. Segundo Murad Shishani, do serviço em árabe da BBC, o chefe da diplomacia de Teerão respondeu que o acordo "é possível" mas não ontem à noite.
Mais tarde, Zarif escrevia no Twitter: "Se #AcordoIrão alcançado, o triunfo da diplomacia significa que todos ganhámos quando todos podíamos ter perdido." Uma fonte iraniana garantia à Reuters que 99% dos assuntos estão resolvidos: "Com vontade política, podemos terminar o trabalho esta noite e anunciar [o acordo] amanhã [hoje]."
A prova de que o acordo esteve iminente é que o presidente Rohani teve agendada uma intervenção televisiva para falar à nação. Mas esta acabou por ser adiada, com a agência oficial Irna a avançar que Rohani só falará quando houver acordo.